Roma - Autoridades civis e religiosas vêm se manifestando para impedir um funeral em Roma para Erich Priebke, um criminoso de guerra nazista condenado por um dos piores massacres ocorridos na Itália, que morreu na semana passada, aos 100 anos.
Priebke, que nunca pediu desculpas por seu papel na morte de 335 civis nas Fossas Ardeatinas, perto de Roma em 1944, e que negou a ocorrência do Holocausto, estava cumprindo sentença de prisão perpétua em prisão domiciliar quando morreu na capital italiana.
Sua morte, assim como seu centésimo aniversário em julho, trouxe à tona algumas das profundas tensões que permanecem no rescaldo da Segunda Guerra Mundial na Itália, depois do país ter chegado perto de uma guerra civil após a ditadura fascista de Benito Mussolini ter entrado em colapso em 1943.
O jornal Il Messaggero mostrou uma pichação do lado de fora da residência de Priebke em Roma com os dizeres "Honra a Priebke" em italiano, com uma suástica nazista.
O advogado de Priebke, Paolo Giachini, disse à Reuters neste domingo que a família iria pedir para que Priebke fosse enterrado em Roma assim que os procedimentos formais de registro de óbito fossem concluídos, mas houve oposição imediata.
Ignazio Marino, o prefeito de centro-esquerda de Roma, disse que seria um insulto ter Priebke enterrado na cidade.
"Eu farei tudo em meu poder para evitar o enterro de Erich Priebke em Roma", disse ele em um comunicado.
As autoridades da igreja também disseram que não iriam receber um enterro religioso em Roma.
"Não há planos para qualquer funeral religioso em Roma para Erich Priebke", disse o porta-voz da igreja Walter Insero ao jornal católico Avvenire.