Por joyce.caetano


São Paulo - Um dia antes da reunião em que as potências mundiais renovariam seu diálogo com o Irã sobre seu suposto programa nuclear, o primeiro-ministro de Istael fez um apelo à comunidade internacional nesta segunda-feira para manter firme pressão contra a república islâmica até que ela interrompa o enriquecimento de seu urânio, que, segundo o Ocidente, poderia eventualmente ser usado para produzir armas atômicas.

Falando diante do parlamento, Benjamin Netanyahu disse que o Irã estava somente tentando comprar tempo e enganar o mundo para que as sanções econômicas sejam suspensas sem fazer concessões significativas sobre suas ambições nucleares.

"O Irã está disposto a dar pouco e ganhar muito, senão tudo", disse. "Seria um erro histórico aliviar as pressões agora, pouco antes das sanções atingirem seu objetivo. E particularmente agora não podemos desistir e devemos manter a pressão."

Israel, ao lado de grande parte da comunidade internacional, suspeita que o Irã está tentando desenvolver armas nucleares. Israel considera que um Irã atômico seria uma ameaça contra a humanidade e já fez repetidos alertas de que usaria seu poder militar para evitar que o Irã chegue até isso.

Representantes dos EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha se encontrarão com autoridades iranianas em Genebra na terça-feira, na expectativa de colocar fim a uma década de impasse sobre o programa nuclear de Teerã.

O Irã insiste que está somente interessado em um programa nuclear civil, uma alegação rejeitada pelo ocidente por causa do nível de enriquecimento de urânio do país, o tipo de reatores que operam, e seu desenvolvimento de mísseis de longo alcance.

Prejudicado por sanções econômicas, o Irã recentemente sinalizou que está disposto a discutir acerca das preocupações do Ocidente em relação a seu enriquecimento de urânio a 20%.

Netanyahu disse que isso não era suficiente e insistiu que assim como a Síria foi forçada a entregar seu arsenal químico diante de uma ameaça militar americana, o Irã apenas desistiria caso a pressão internacional fosse mantida.

"O Irã pode rapidamente enriquecer urânio de 3,5% para 90% - o necessário para uma arma nuclear. O Irã atualmente está disposto a desistir dos 20% - o que não é mais importante -, em troca de um alívio nas sanções", disse. "A pressão internacional foi que levou a mudanças internas no Irã e os deixou em uma posição de fazer concessões". 

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