Austrália - O presidente do governo do estado de Nova Gales do Sul, na Austrália, Barry O'Farrell, afirmou nesta sexta-feira que busca uma indenização pelo incêndio causado na semana passada pelo Exército, quando este fazia exercícios com explosivos em um campo de treinamento na região das Blue Mountains (Montanhas Azuis).
O chefe interino das Forças Armadas da Austrália, Mark Binskin, pediu ontem desculpas pelo incêndio em State Mine, que continua ativo nas Blue Mountains e que, até o momento, destruiu 47 mil hectares de terreno.
Binskin explicou que o exercício de treinamento militar nas instalações de Marrangaroo aconteceu em um dia em que não havia alerta de incêndios e a temperatura era de 23 graus com ventos leves, segundo a agência local AAP.
"Pelo menos sete casas foram destruídas como resultado deste incêndio", disse nesta sexta o presidente do governo de Nova Gales do Sul que também exigiu que seja "resolvida a questão da indenização".
O Ministério da Defesa e o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, ainda não se pronunciaram sobre possíveis indenizações, mas O'Farrell comentou aos jornalistas que vai falar com o chefe do Executivo sobre o incêndio de State Mine e possíveis compensações.
O incêndio de State Mine causou mais polêmica nesta sexta após a divulgação de versões de fontes militares que asseguram que os participantes dos exercícios que provocaram a catástrofe "excederam bastante" a quantidade de explosivos permitidos no campo militar de Marrangaroo.
"Foi estabelecido um limite para o tamanho da explosão e, durante o exercício, esse limite foi superado", comentou uma fonte militar não identificada ao jornal Sydney Morning Herald.
Os bombeiros de Nova Gales do Sul continuam trabalhando no combate aos incêndios, que já estão em seu nono dia, e concentram seus esforços nos focos em State Mine, perto da cidade de Lithgow, e em Mount Victoria e Springwood, todos nas Blue Mountains, a área mais atingida pelos incêndios.
As chamas, que já queimaram mais de 120 mil hectares de terreno e causaram a morte de duas pessoas, persistem em 57 pontos de Nova Gales do Sul, dos quais 23 estão sem controle.