Por tamyres.matos

Rio - O que poderia ser um período de ‘reclusão’ virou uma nova maneira de aprender. Jovens pacientes internados no Hospital Municipal de Jesus, em Vila Isabel, seguem a rotina escolar através de um serviço que oferece aulas dentro da unidade, levando em conta as condições clínicas, orientações médicas e a faixa etária dos alunos. Com grande adesão, a atividade pedagógica virou aliada na recuperação das crianças e adolescentes.

Dever de casa é levado a sério pelos pacientes no Hospital de JesusDivulgação

O programa Classe Escolar funciona de segunda a sexta-feira, no período da tarde, numa sala de aula instalada no hospital. Duas professoras foram cedidas pela Secretaria Municipal de Educação e se dividem para dar conta dos alunos, de 3 a 17 anos. “Alguns não podem se juntar ao grupo porque estão no CTI, então têm aula individual no próprio leito”, explica a vice-diretora da unidade, Ariane Molinaro.

A “extensão” do colégio é rígida, com direito a dever de casa e conteúdo programado pela escola de origem, mas conta com uma série de diferenciais. “Explicamos para os pais o papel da educação e eles passam a acompanhar o trabalho”, conta a professora Elizabeth Leitão, coordenadora do programa Classe Escolar. “Também muda a forma como os alunos veem os professores. Viramos todos amigos”, completa.

O benefício à saúde dos jovens vai além de manter a mente ativa. “Tem a questão psicológica, que é fundamental para a recuperação”, afirmou Ariane, destacando que os pacientes passam a confiar que poderão voltar à vida normal após o tratamento. A socialização no ambiente hospitalar é outro ponto positivo, além de servir como uma grande distração. “Eles adoram. Ninguém falta aula”, comemora Elizabeth.

Hospital Jesus é referência

Referência no atendimento pediátrico, o Hospital Municipal de Jesus atende pacientes com diversas patologias, desde problema cardíacos e respiratórios até traumas ortopédicos. Todos passam pela sala de aula, independentemente da duração do tratamento.

Em alguns casos, por conta da parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o trabalho serve de pontapé para capacitar os pacientes. “Matriculamos em escolas crianças que ainda não estão estudando”, ressalta Elizabeth, que orienta os pais a manterem contato com o colégio para o jovem não ser prejudicado pelas faltas após a alta.

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