Austrália - A Austrália teria realizado trabalhos de espionagem em vários países da região da Ásia-Pacífico para depois compartilhar as informações com os Estados Unidos, garantiu em uma entrevista para um veículo local um especialista de Inteligência do país da Oceania.
A Agência de Inteligência Australiana (DSD, sigla em inglês) compartilha as informações que coleta através de seus centros locais de espionagem com a Agência Nacional de Segurança (NSA, sigla em inglês) dos EUA, declarou Des Ball durante um programa televisivo da emissora local ABC.
"Não se pode entrar nos círculos de informação e enfrentar a guerra de inteligência com sucesso se não existir comunicação com os altos comandantes em vários países da nossa vizinhança", disse Ball em sua entrevista ao programa Lateline, transmitido na noite desta terça-feira.
O analista afirmou que quatro centros de espionagem australianos participam do programa XKeyscore, um sistema desenvolvido pela NSA para buscar e analisar uma grande quantidade de dados de internet.
Essas instalações se encontram na base de Pine Gap, perto da cidade de Alice Spring, no centro da Austrália; uma estação satelital nos arredores da cidade de Geraldton, na parte ocidental do país; além de outros dois centros de espionagem perto da cidade de Darwin e em Canberra.
A segurança nacional é um dos focos principais da Austrália e o país tem como prioridade monitorar as comunicações vinculadas com atividades terroristas, disse o especialista.
Um mapa secreto divulgado pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden, que vazou para a imprensa informações sobre a espionagem em massa realizada pela agência americana, revela que os Estados Unidos têm centros de monitoramento em várias delegações diplomáticas na Ásia.
"A Austrália também utilizou suas embaixadas estrangeiras com propósitos de espionagem em uma operação chamada de 'Reprieve'", afirmou Bell.
A Austrália é parte do acordo secreto "Five Eyes" (Cinco Olhos), do qual pertencem EUA, Reino Unido, Canadá e Nova Zelândia, para compartilhar informação de inteligência e que também previne a espionagem entre eles.
Segundo Ball, o fato de o acordo não ter sido violado em cinco décadas o faz pensar que os países membros não se espionaram entre si.