Pequim - As autoridades chinesas detiveram nesta quarta-feira cinco suspeitos de ter participado de um ataque terrorista, na última segunda-feira, na Praça da Paz Celestial de Pequim, o qual deixou cinco mortos e 38 feridos em uma das zonas mais turísticas e com maior simbolismo do país. Após a realização das investigações preliminares, o governo concluiu que o incidente, no qual um carro foi incendiado sob o retrato de Mao Tsé-Tung na Cidade Proibida, foi "um ataque terrorista organizado", informou a televisão estatal chinesa "CFTV".
De acordo com a fonte, os suspeitos foram detidos aproximadamente dez horas depois do ataque, realizado justamente uma semana antes do conclave do Partido Comunista. As autoridades também confirmaram que a matrícula do carro incendiado procede da região noroeste de Xinjiang, de maioria muçulmana e que é habitada principalmente pela etnia uigur. Segundo a imprensa local, grupos separatistas também atuam na região.
Em julho de 2009, um confronto entre este povo e os chineses da etnia majoritária, a han, causou mais de 200 mortos na capital regional, Urumqi. O governo chinês atribui esse fato e outros ocorridos na zona a grupos terroristas que buscam a criação de um Estado independente ("Turquestão Oriental") em Xinjiang.
Na última segunda-feira, um jipe 4x4 invadiu a avenida Changan de Pequim, uma das mais emblemáticas da capital, e atropelou várias pessoas até chegar às portas da Cidade Proibida, onde foi deliberadamente incendiado, segundo a versão oficial. As autoridades confirmaram que o motorista e outros dois passageiros morreram na ação, assim como um turista filipino e outro chinês, enquanto 38 ficaram feridos, dos quais 12 seguem internados.