Por julia.amin

Nova York (EUA) - A Organização das Nações Unidas afirmou nesta quarta-feira que os Estados Unidos se comprometeram a não espionar as comunicações da entidade. Afirmação foi feita depois de uma reportagem revelar que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) teve acesso ao sistema de videoconferência da ONU.

A ONU entrou em contato com autoridades norte-americanas após as revelações de espionagem feitas pela revista alemã Der Spiegel, em agosto, citando documentos vazados pelo ex-prestador de serviços da NSA Edward Snowden.

"Fui informado que as autoridades norte-americanas deram garantias de que as comunicações das Nações Unidas não são e não serão monitoradas", disse o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, a jornalistas nesta quarta-feira. Nesirky não quis fazer mais comentários quando questionado se autoridades dos EUA já haviam espionado as comunicações da ONU.

Os Estados Unidos têm enfrentado críticas internacionais sobre suas atividades de vigilância de longo alcance, após a divulgação feita por Snowden de documentos previamente secretos neste ano.

Aliados dos EUA, incluindo a presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela Merkel, protestaram sobre a espionagem norte-americana de chefes de Estado.

O presidente norte-americano, Barack Obama, recentemente determinou que a NSA reduza as escutas na sede da ONU, em Nova York, como parte de uma revisão de vigilância eletrônica dos EUA, disse à Reuters nesta semana uma autoridade familiarizada com a decisão. A NSA não quis comentar.

A extensão completa da espionagem dos EUA sobre a ONU não é conhecida publicamente, nem está claro se os norte-americanos encerraram todo o monitoramento de diplomatas designados para a ONU em Nova York ou em outros lugares do mundo.

"A inviolabilidade de missões diplomáticas, incluindo as Nações Unidas, está bem estabelecida no direito internacional e, portanto, todos os Estados-membros devem agir em conformidade", disse Nesirky.

A Convenção de Viena de 1961, que rege as relações diplomáticas, protege as funções da ONU, missões diplomáticas e outras organizações internacionais.

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