Síria - A Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) informou nesta quinta-feira que a Síria completou a destruição das instalações para a produção de armas químicas no país. De acordo com a Opaq, foram tornadas inoperantes as fábricas de produção e mixagem dos materiais usados. O prazo para a destruição dessas instalações foi cumprido antes do estabelecido pela organização, que expiraria nesta sexta-feira.
"A missão conjunta [entre a Opaq e as Nações Unidas (ONU)] está satisfeita de ter verificado e ver serem destruídos todos os equipamentos críticos para a produção e a mixagem [de armas químicas]. Dado o progresso obtido pela missão Opaq-ONU em cumprir os requisitos da primeira fase de atividades, não há outras inspeções planejadas para o momento", informou o comunicado da organização sobre a questão.
A próxima ação da Opaq em relação ao país será em 15 de novembro, quando o Conselho Executivo da organização terá de aprovar um plano detalhado de destruição dos estoques de armas enviado pela Síria. Essas atividades fazem parte do programa que o governo sírio se comprometeu a cumprir nos termos do acordo promovido pela Rússia e pelos Estados Unidos, que prevê a destruição do arsenal químico do país até o fim de junho de 2014. A destruição será feita em etapas.
Os oito inspetores da Opaq que acompanharam a destruição das instalações na Síria já deixaram o país. "Em nome da Opaq, eu agradeço vocês e seus colegas da missão conjunta Opaq-ONU pelos seus serviços notáveis. Eu saúdo a força e a coragem que vocês demonstraram em cumprir a missão mais desafiadora já empreendida por esta organização", disse aos inspetores o diretor-geral da Opaq, Ahmet Uzumcu.
De acordo com a organização, os inspetores visitaram 21 dos 23 locais declarados como de produção de armas químicas e 39 das 41 instalações nesses locais. A missão não foi a dois dos locais declarados pelo governo sírio por razões de segurança. Segundo a Opaq, a Síria informou que essas áreas já haviam sido abandonadas e que os itens de produção de armas químicas foram levados a outras instalações, já inspecionadas pela missão.
Assad afirma não aceitar interferência estrangeira
Nesta quarta-feira, o mediador das Nações Unidas para a questão síria, Lakhdar Brahimi, foi recebido pelo presidente do país, Bashar Al Assad, que disse não aceitar qualquer interferência estrangeira nos termos que serão negociados pelas partes no conflito na Conferência Genebra 2, prevista para novembro. Segundo Assad, a atuação dos grupos armados de oposição no país são influenciados e financiados por países estrangeiros. Lakhdar Brahimi explicou que as ações da conferência irão se concentrar em permitir aos sírios chegarem a um acordo o mais rápido possível.