Rio - Mulheres que adormecem e acordam nos mesmos horários, e que desfrutam de sete a oito horas de sono por noite, são mais magras. Pelo menos foi o que indicou novo estudo norte-americano, publicado no ‘American Journal of Health Promotion’. A pesquisa analisou mais de 300 mulheres com idades entre 17 e 26 anos. As voluntárias que tinham alterações de mais de 90 minutos na duração do sono ao longo da semana apresentavam mais gordura corporal do que aquelas com menos de 60 minutos de diferença.
A alteração física acontece, segundo médicos, por causa da desregulação de determinadas proteínas. “É comprovado que os hormônios funcionam como uma cascata. Dormindo mal, você aumenta a grelina (responsável pela fome) e diminui a leptina (responsável pela saciedade)”, explica a endocrinologista Renata Sacramento, do Hospital São Vicente de Paulo.
Durante a pesquisa, as mulheres tiveram a composição corporal medida e passaram a ter suas atividades e padrões de sono monitorados por um rastreador.
Estilo de vida
Além do fator fisiológico, o estilo de vida também é influenciado pelo sono e pode levar ao sobrepeso. “É como um ciclo vicioso, porque o sono ruim é causado pelo estresse e falta tempo, que pode estar relacionado ao sedentarismo e alimentação pouco saudável”, listou a especialista.
Ela explicou ainda que a pessoa come mais quando dorme menos. “Não é o ideal comer muito durante a noite porque o metabolismo é lento”, completou.
Mas para aquelas que esperam emagrecer apenas dormindo bem, sem fazer exercícios, os médicos destacam: as horas na cama não substituem as atividades físicas ou dietas. “O sono regular não emagrece: o sono ruim é o que engorda”, salienta a neurologista Andrea Bacelar, vice-presidente da Sociedade Brasileira do Sono.
Nem mais, nem menos
Dormir pouco (menos de seis horas por noite) ou muito (mais de oito horas e meia) também foi relacionado com o acúmulo de gordura, de acordo a pesquisa. “A média é que adultos precisam dormir 7 horas diárias”, frisa a neurologista Andrea Bacelar.
Mas adequar-se ao ritmo biológico do próprio corpo é o ideal. “É preciso avaliar a quantidade de horas necessárias para seu organismo descansar e tentar respeitar esta duração”, diz.
A especialista explica que adaptar a rotina para durações inferiores é possível, mas não é considerado completamente saudável. “Sua vida pode exigir que você durma apenas cinco horas por dia e você pode se acostumar, mas haverá prejuízos a longo prazo”, alerta Andrea.