Por nara.boechat
Rio - Em muitas escolas, as aulas serão retomadas amanhã, e um item merece atenção especial para não prejudicar a saúde das crianças: a mochila. Até 70% dos problemas de coluna na fase adulta são causados por excesso de peso e esforço repetitivo durante a infância e adolescência, alerta a Sociedade Brasileira de Ortopedia.
Projeto de Lei que estipula o peso máximo do acessório a 15% do peso do estudante será votado na Câmara dos Deputados e pode começar a valer ainda este ano.
Naiana precisou comprar uma mochila nova para Gabriela porque a antiga rasgou por causa do peso dos livros. Agora, vai reduzir o volume para evitar danos à coluna da filhaCarlo Wrede / Agência O Dia

O ortopedista e especialista em coluna do Hospital das Clínicas de São Paulo Rogério Vidal esclarece que os prejuízos das mochilas pesadas surgem em diversas áreas do corpo, como joelhos, ombros e quadris, além da coluna. “Em muitos casos, a consequência pode ser uma vida inteira com dores debilitantes”, alerta.

Para evitar as dores, Vidal recomenda que os alunos adaptem o conteúdo das bolsas às matérias do dia. “Isso significa descartar os volumes desnecessários”.

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Ele alerta que os carrinhos não são solução. “A mochila de rodinha pode sobrecarregar um dos ombros e levar a alterações posturais”.
Fiscalização: pais e colégio
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O Projeto de Lei está na Câmara dos Deputados para votação final. Caso seja aprovado, segue para a sanção presidencial. Segundo o autor da medida, o deputado Sandes Júnior (PP-GO), se a lei for aprovada, os pais e o diretor de cada colégio deverão verificar se o peso da mochila não está excedendo o limite adequado para cada aluno.“Eu carregava mochila pesada na infância e hoje tenho dores na coluna”, diz.
O pai do estudante João Maurício, 12 anos, o agente administrativo, José Maurício Costa, 47, ficou preocupado quando o motorista que levava o filho ao colégio teve dificuldade de tirar a mochila do carro, por causa do peso. “Acho que ele devia carregar 20 quilos para o colégio todos os dias”, disse.
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João conta que carregava quatro livros e quatro cadernos, além do dicionário. “Eu sentia dores nas pernas quando subia as escadas da escola. Nessa hora, percebia o peso real da mochila”.