Por tamara.coimbra

Japão - A Tokyo Electric Power (Tepco), responsável pela operação da central nuclear de Fukushima, detectou um vazamento de cerca de cem toneladas de água radioativa em um tanque que armazena o líquido contaminado na usina, mas tudo indica que o mesmo não chegou ao mar, informou nesta quinta-feira à Agência Efe um de seus porta-vozes. A radiação detectada na água é muito alta, já que, segundo os dados apresentados pela Tepco, foram registrados 230 milhões de becquerels por litro de substâncias emissoras de raios beta.

O vazamento, detectado na última hora de quarta-feira, aconteceu aparentemente na montagem da tampa superior do tanque. A operadora e proprietária da central garantiu que conseguiu interromper o fluxo de água às 5h40 locais (17h40 de Brasília da quarta-feira), cerca de seis horas depois de descobrir o vazamento.

O líquido teria escorrido até o solo através de uma calha acoplada ao tanque para evitar o acúmulo de água da chuva em sua cobertura. No entanto, por não existirem estruturas de escoamento no local, a Tepco acredita que o líquido não conseguiu chegar até o mar.

Água contaminada se localiza na área externa da usina de FukushimaReuters

O vazamento ocorreu novamente em um dos tanques que foram construídos rapidamente, após a explosão da crise nuclear em 2011, para armazenar a água utilizada no resfriamento dos reatores acidentados. Para fundir as partes desses contêineres foram utilizadas resina e fixações metálicas ao invés de solda.

Em tanques deste tipo ocorreram graves vazamentos no ano passado, um dos quais obrigou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a classificar o incidente como "sério", no nível 3 da Escala Internacional de Acidentes Nucleares. No entanto, o porta-voz da companhia explicou à Efe que a natureza deste último vazamento parece diferir dos ocorridos em 2013.

A Tepco ainda está investigando o motivo do vazamento, enquanto os operários da central estão retirando a maior quantidade de água possível, e também a terra que ficou contaminada. O terremoto e tsunami de 11 de março de 2011 provocou em Fukushima o pior acidente nuclear desde Chernobyl (Ucrânia), em 1986.

As emissões resultantes fizeram com que as 52 mil pessoas que residiam em torno da central tivessem que abandonar suas casas e afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca local.

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