Rio - Na próxima semana, clínicas particulares de todo o Brasil começam a oferecer a vacina contra herpes zóster. A imunização será voltada a pessoas a partir dos 50 anos, faixa-etária em que o mal é mais recorrente. Além de evitar a doença, a novidade reduz a dor, maior reclamação dos pacientes.
É a primeira vez que a vacina é ofertada no país. Por enquanto, não estará disponível pelo SUS (rede pública). A herpes zóster é causada pela ‘reativação’ do vírus da catapora (varicela), por isso afeta pessoas que já tiveram esta doença. No Brasil, cerca de 90% da população já teve catapora e está vulnerável a esse tipo de herpes. E, em 70% dos casos, afeta pessoas a partir dos 50.
Isabella Ballalai, presidente da Regional Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim-RJ), explica que a vacina é ideal para tentar evitar o primeiro episódio de herpes zóster, mas quem já teve a doença também deve se vacinar. “A herpes zóster pode aparecer outra vez. Quem não teve catapora não precisa se vacinar”, disse.
O imunizante é o mesmo utilizado contra a catapora, com o vírus vivo atenuado, mas com uma quantidade maior de antígenos, já que a resposta imune de pessoas de meia idade e idosos costuma ser menor. Este vírus é ‘reativado’ com a queda da imunidade.
DOR CRÔNICA
Além de apresentar eficácia de 60% para evitar o aparecimento da doença, a vacina reduz os incômodos e a neuralgia pós-herpética, dor crônica causada por uma inflamação de um nervo, que pode persistir por meses.
A vacina, aplicada em dose única, já está disponível há dez anos nos Estados Unidos e em outros países, como Canadá, Reino Unido e Argentina. No Brasil, as clínicas deverão cobrar entre R$ 400 e R$ 600, uma dose. Estudo norte-americano aponta que os custos de um tratamento antiviral, com duração de sete dias, para tratar herpes zóster, variam entre R$ 300 e R$ 500. Não há cura para a doença.
Sintomas e tratamento
Coceira, feridas, bolhas em partes específicas do corpo e, principalmente, dores fortes são os principais sintomas de herpes zóster. O vírus permanece latente (adormecido) em gânglios do sistema nervoso, o que explica a intensidade da dor. <MC0>De acordo com Danielle Borghi, infectologista do Hospital São Francisco, as bolhas, também chamadas de vesículas, seguem o ‘trajeto’ dos nervos na hora de se manifestarem. Os locais mais comuns das feridas são tórax, costelas, nuca e rosto. Segundo ela, o diagnóstico é feito observando o corpo do paciente. Já no tratamento são utilizados remédios antivirais.
A médica lembra que há casos em que são receitados remédios à base de morfina e até antidepressivos para aliviar a dor do paciente. “Essa vacina é muito importante, principalmente por aliviar a dor dos pacientes”, avalia.