Por clarissa.sardenberg

Ucrânia - O magnata Petro Poroshenko, vencedor das eleições presidenciais realizadas neste domingo na Ucrânia, afirmou nesta segunda-feira que espera se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na primeira metade de junho, e que continuará a operação militar contra os rebeldes russófonos. "Putin e eu nos conhecemos muito bem", disse Poroshenko em entrevista coletiva.

O milionário, conhecido como o "Rei de Chocolate", frisou que o encontro não deve se limitar a um "apertão de mãos". Poroshenko acrescentou que a Rússia é o maior vinho da Ucrânia e que sem sua participação "seria impossível parar a guerra e levar a paz ao leste do país".

"Devem ser produzidos resultados, o povo do leste os está esperando. A Ucrânia já pagou um preço muito alto pela guerra", disse Poroshenko.

Petro Poroshenko, novo presidente da Ucrânia Reuters

O político argumentou que a Ucrânia tem agora um "presidente forte, que conta com o apoio das pessoas para defender o país". Além disso, foi taxativo ao afirmar que "não haverá negociações com os terroristas".

Em referência aos milicianos pró-Rússia que combatem as tropas governamentais nas regiões de Donetsk e Lugansk, afirmou que "aqueles que se negam a baixar as armas não se beneficiarão da anistia".

Poroshenko salientou que apoia a continuação da operação militar realizada no sudeste de país, de maioria russófona, mas frisou que a ação "deve ser mais efetiva, mais curta no tempo e com as unidades melhor aparelhadas".

"Os milicianos não têm interesse em falar com ninguém. Da mesma forma que os milicianos somalis, querem se manter na ilegalidade. É inadmissível. Os terroristas não representam ninguém, querem atemorizar todo o mundo, pois é sua única forma de sobreviver", criticou.

Eleições

Após a apuração de quase 60% dos votos, Poroshenko tinha 53,74%, segundo os dados oficiais da Comissão Eleitoral Central da Ucrânia. Em segundo lugar ficou a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko com 13,15% dos sufrágios, seguida do líder do Partido Radical da Ucrânia, Oleg Liashko, com 8,46%.

Os números preliminares coincidiram com os resultados das pesquisas de boca de urna, que neste domingo à noite permitiram a Poroshenko se proclamar vencedor na disputa eleitoral já no primeiro turno.

Outros dois dos vinte e um candidatos em disputa conseguiam mais de 5% dos votos: o ex-ministro de Defesa Anatoli Gritsenko e o ex-vice-primeiro-ministro Sergei Tigipko. O líder do partido nacionalista Svoboda (Liberdade), Oleg Tiagnobok, estava no décimo lugar com apenas 1,17% dos votos, seguido do líder da organização ultranacionalista Setor de Direitas, Dmitri Yarosh, com 0,67%.

A CEC informou que a participação no pleito, boicotados pelos rebeldes pró-russos nas regiões de Donetsk e Lugansk, foi de 60%.


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