Por bferreira

Israel - Pelas ruas das cidades da Faixa de Gaza, crianças já não brincam ou sorriem, e pouco falam. Muitas andam apressadas e apavoradas, olhando para o céu. E, ao entrarem em casa, não raro se escondem sob mesas e camas, como se fosse possível escapar. Nos ataques de Israel à Faixa de Gaza, que já duram 15 dias, morreram pelo menos 616 palestinos. Deles, no mínimo 121 eram crianças, sendo 80 com menos de 12 anos de idade.

Bomba causa destruição em GazaEfe

Os números foram divulgados ontem pelo Unicef (organismo da ONU para a proteção da infância). Ainda segundo o relatório da agência, pelo menos 904 outras crianças ficaram feridas. De acordo com voluntários que atuam na Faixa de Gaza, cerca de 107 mil menores precisam de tratamento psicológico especializado devido aos traumas que sofreram ao ver suas famílias sendo mortas e suas casas, destruídas. Equipes de emergência só estariam conseguindo oferecer apoio mental a cerca de 900 crianças. O Escritório de Assuntos Humanitários da ONU descreveu como “devastadora” a situação para a população de Gaza. “Não há um espaço que seja seguro para os civis”, destacou o porta-voz, Jens Laerke.

NÃO A CESSAR-FOGO

Ontem Israel rejeitou formalmente um pedido de cessar-fogo humanitário em Gaza, que serviria para equipes ajudarem as vítimas com tratamento médico e entrega de remédios e alimentos. A decisão segue a do grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza. A organização rejeitou no início da semana passada proposta de trégua mediada pelo Egito. Do lado israelense, morreram 27 soldados e dois civis, atingidos por foguetes lançados de Gaza por militantes do Hamas.

Voos para Israel cancelados

Companhias aéreas norte-americanas, europeias, canadenses e suíças suspenderam voos para o Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Tel Aviv, Israel. A medida foi tomada após o Hamas disparar um foguete que atingiu Yehud, perto do aeroporto. Foi a primeira vez que um foguete de Gaza acertar edifício no centro de Israel, o que provocou ferimentos leves em um civil. Duas pessoas ficaram em estado de choque. Chegaram ontem a Tel Aviv o secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, e o secretário de Estado americano, John Kerry. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que “o povo de Gaza é vítima do brutal regime do Hamas”, comparando o grupo militante palestino à Al-Qaeda.

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