Por felipe.martins

Rio - Mudanças no corpo, típicas da terceira idade, são motivo de apreensão para a maioria dos adultos. De acordo com pesquisa feita nos Estados Unidos, 87% das pessoas têm medo de envelhecer. Entre os temores mais comuns, está o de perder a capacidade física: cerca de 23% dos voluntários disseram ficar apavorados com a ideia. Porém, especialistas dizem que, para quem já é idoso, a principal angústia se torna a solidão.

No levantamento norte-americano, em seguida aparecem os medos de perder a memória, ganhar menos dinheiro, desenvolver uma doença crônica e morrer. Mais de duas mil pessoas com pelo menos 18 anos de idade responderam a pesquisa online, a pedido do laboratório Pfizer, entre os últimos dias 10 e 14 .

Queixa mais comum entre idosos é o de se descobrirem sozinhosIstock

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, João Bastos Freire Neto, o resultado do estudo coletado nos EUA pode ser aplicado à realidade brasileira de uma maneira geral. “Isso é universal. O ser humano tem medo de sofrer e de se sentir incapaz, o que para muitos é pior do que a morte”, explica o especialista.

Esse sofrimento está ligado à visão que as pessoas ainda têm dos mais velhos. De acordo com o médico, para muitos, envelhecer significa depender dos outros obrigatoriamente. Porém, ele explica que, com o aumento da população acima dos 60 anos, a tendência é que esse olhar mude. Para isso, porém, é preciso que as autoridades invistam na melhor qualidade de vida e na inserção dos idosos na sociedade, como por exemplo, deixar os lugares realmente acessíveis a eles.

Tornar o envelhecimento saudável possível é o maior desejo dos pacientes e o grande desafio de especialistas. Entre os conselhos, Freire Neto acredita que cuidar da alimentação, fazer exercícios e principalmente manter uma ‘agenda’ com atividades diárias são fundamentais para ser feliz também na terceira idade.

Solidão, a dor de quem já chegou lá

Apesar de os adultos se preocuparem com a conta bancária e com as doenças crônicas no futuro, a causa de tormento para os idosos é outra, bem diferente. No consultório, o geriatra garante que a queixa mais comum entre seus pacientes é o medo da solidão, capaz de “matar aos poucos”. “É importante construir um patrimônio social e não só material ao longo de toda a vida”, diz.

Laços afetivos em diferentes grupos como, por exemplo, na família, na igreja e em ativdades como aa dança, são fundamentais para ‘espantar’ a depressão e a sensação de solidão, aconselha Freire Neto. Segundo a pesquisa americana, 62% das mensagens publicadas no Twitter sobre envelhecimento, no último ano, tiveram teor negativo.

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