Por leonardo.rocha

Dubai - A companhia aérea Emirates afirmou neste sábado que irá suspender os voos para Guiné-Conacri devido a epidemia de Ébola que atinge a África Oriental. O local é um dos três países africanos mais afetados pelo vírus que já matou mais de 700 pessoas.

Os voos devem ser suspensos a partir deste sábado até novo comunicado, disse a companhia em comunicado. "A Emirates vai suspender os seus voos para Conacri a partir de 02 de agosto de 2014, até nova ordem, devido à epidemia do Ébola na Guiné".

Médico demonstra como usar equipamento de proteção para equipe de unidade de isolamento em hospital para vítimas de ebola na África OcidentalReuters


O surto de ebola, que começou na Guiné e se espalhou para Libéria e Serra Leoa, é considerada a pior epidemia desde que o vírus foi descoberto há quase 40 anos. Serra Leoa declarou estado de emergência na última quarta-feira.

Em linha com as diretrizes da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), várias das principais companhias aéreas e aeroportos internacionais começaram a inspecionar passageiros procedentes da África Ocidental.

Nigéria suspende voos

O governo nigeriano suspendeu as operações da companhia aérea ASKY depois que na última quinta-feira um cidadão liberiano, que viajou para Lagos pela companhia, morreu por causa do ebola, informou nesta terça-feira a imprensa local. "A companhia aérea não demonstrou nenhuma capacidade para prevenir outro incidente semelhante ou a chegada à Nigéria de uma aeronave com vítimas do ebola a bordo", afirmou a Autoridade de Aviação Civil da Nigéria (NCAA), citada pelo jornal The Punch.

A suspensão dos voos, explicou a NCAA, tem um efeito "imediato" e pretende proteger aos nigerianos desta epidemia que já causou mais de 600 mortos em África Ocidental, segundo os últimos dados proporcionados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

União Africana pede ajuda

A União Africana (UA) pediu ne última sexta-feira que seja coordenada uma ação continental e mundial para deter a proliferação do ebola na África Ocidental, castigada pela maior e mais grave epidemia conhecida desde o surto do vírus em humanos, em 1976. "A resposta ao surto de ebola exige uma ação continental e mundial coordenada para combater a epidemia, que significa uma ameaça para a saúde e o desenvolvimento mundial", advertiu a presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini Zuma.

O surto de ebola, que explodiu em março na Guiné, matou 729 pessoas das mais de 1.300 contaminadas no país e em Serra Leoa e na Libéria. Embora até o momento estes sejam os três países afetados pela epidemia, há uma semana a Nigéria confirmou a primeira morte por ebola em Lagos, a principal cidade do país e uma das mais povoadas do continente africano.

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