Por bferreira

Rio - Manter boa alimentação e praticar exercícios são os conselhos mais frequentes para quem quer melhorar os níveis de colesterol. Agora, outra recomendação pode entrar na lista. Pesquisa da Universidade de Harvard, nos EUA, constatou que o consumo diário de cerveja — através do etanol, um de seus componentes — estimula o fígado a produzir maiores quantidades de HDL (colesterol bom), reduzindo os riscos de doenças cardiovasculares.

O HDL é o responsável por conduzir o LDL (colesterol ruim) para o fígado, impedindo a obstrução das artérias. Se não é mais encarada como vilã, a cerveja precisa, por outro lado, ser ingerida com moderação, garante o cardiologista Nabil Ghorayeb. “O limite estipulado está em torno de 700 ml de cerveja: algo como duas latas por dia para os homens”, diz, baseando-se no estudo americano, realizado com porcos. Já as mulheres, explica, teriam que restringir o consumo a uma lata (350 ml) por dia. “Mulheres e homens têm diferenças de metabolismo e sensibilidade ao álcool”, pontua Ghorayeb. Também é preciso estar atento ao teor alcoólico do produto. Algumas cervejas artesanais chegam a ter 12% de álcool, o dobro do presente nas bebidas convencionais, utilizadas na pesquisa. Para alguns grupos, como gestantes e portadores de doenças cardíacas, o consumo precisa ser totalmente evitado.

O principal alerta do diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia, contudo, diz respeito ao exagero ao beber. Para ele, o abuso de álcool é um dos principais fatores de risco de problemas no coração. “Muita gente chega a beber dúzias de cervejas em festas. Ao extrapolar os limites, a bebida perde seu efeito positivo e passa a trazer riscos”, afirma. “Ficar dentro dos limites é sempre a melhor receita”.

Médico critica a pesquisa: alcoolismo

Segundo o médico Olney Fontes, custódio nacional dos Alcoólicos Anônimos, quem bebe todos os dias, ainda que pouco, corre risco de desenvolver dependência. “Todo alcoólatra começa bebendo pouco e vai aumentando”, afirma. Ele também aponta a influência da genética. “Assim como no diabetes e na pressão alta, existem famílias mais propensas ao alcoolismo”, alerta.

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