Por tabata.uchoa

Rio - Tomar vacina não é compromisso apenas das crianças. Existe até um calendário de vacinação para adultos, com quase dez imunizantes — alguns disponíveis na rede pública de saúde — que previnem uma série de males, que vão de gripe a tétano. Especialistas alertam que, para os mais velhos, o gesto é tão importante quanto para os pequenos.

“Doenças infecciosas não acontecem só na infância. Adultos podem pegar e também passar para as crianças. Há vacinas que são recentes e muitos não tomaram”, explica Isabella Ballalai, presidente da Comissão Técnica de Revisão de Calendários e Consensos da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Clique na imagem para ver o infográfico completoAgência O Dia

Ter uma caderneta antiga completa não livra ninguém de voltar a clínicas particulares e postos de saúde. Vacinas contra difteria, tétano e coqueluche, além da que protege da febre amarela perdem a validade e devem ser repetidas a cada dez anos. Já a imunização contra a influenza (gripe) deve acontecer, anualmente, pelo resto da vida.

“Muitas pessoas esquecem a vacina contra tétano. Ainda temos bastante casos no Brasil e não sabemos quando vamos nos expor a essa doença”, alerta o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe.

A vacina contra varicela (catapora) serve para adultos que não tiveram a doença anteriormente. Já a meningocócica é indicada apenas em casos de risco, para pessoas que foram imunizadas há mais de cinco anos. As hepatites A e B são exceções: quem já recebeu a imunização ou já teve a doença não precisa de novas doses.

Mesmo que o adulto tenha tido doenças como difteria, tétano, coqueluche, influenza e meningite meningocócica, a vacinação é necessária, explica Ballalai. Ela lembra que quem já teve sarampo, cachumba, rubéola ou febre amarela não precisa se vacinar. “Vacinando o adulto também protegemos as crianças”

A imunização do adulto será tema da 16ª Jornada Nacional de Imunizações da SBIm, que acontece de 10 a 13 de setembro, no Hotel Royal Tulip, em São Conrado.

Gripe suína: imunização todos os anos

Em 2009, um novo vírus — o H1N1, da gripe suína — assustou o mundo. Hoje, garante Chieppe, não há mais motivo para medo: é possível afirmar que trata-se de uma gripe “como qualquer outra”. E a proteção a esse vírus específico está incluída na vacina contra gripe, oferecida todo ano nas clínicas particulares e rede pública. Pelo SUS, as doses ão apenas para grupos de maior risco de complicações (crianças de 6 meses a menores de 5 anos; idosos e gestantes).

“A evolução da gripe está mais relacionada às características dos pacientes do que ao vírus”, diz Chieppe. A jornalista, Ana Paula Costa, 45 anos, foi vítima da H1N1, em julho. Quando apareceram os sintomas — febre alta, câimbra, dificuldade para respirar e tosse — ela foi mal diagnosticada, apenas com alergia e sinusite, e medicada com nebulização e antibióticos. Ana Paula ficou oito dias internada em CTI e, até hoje, faz fisioterapia respiratória. “Soube que era a gripe H1N1 após fazer um teste no hospital”, conta.

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