Por bferreira

Rio - Uma nova técnica promete restabelecer a visão de quem sofre de miopia ou astigmatismo, sem o uso de óculos ou lentes de contato, e também sem ser preciso recorrer a cirurgias. Difundida na Ásia e nos Estados Unidos, a Ortoqueratologia vem ganhando espaço no Brasil. O tratamento é feito à noite, durante o sono.

Ao ir dormir, o paciente coloca nos olhos um par de lentes de contato rígidas que moldam o epitélio, camada mais superficial da córnea, corrigindo os defeitos da visão. “O usuário fica livre de acessórios, como óculos, que, dependendo da atividade que ele exerça, atrapalham sua vida”, aponta a oftalmologista Tania Schaefer, uma das introdutoras da técnica no país.

Porém, a profissional alerta que nem todos podem fazer uso do método. Pacientes portadores de miopia superior a seis graus ou astigmatismo acima de 1,75 não conseguem resolver seu problema através da Ortoqueratologia. “Existe um limite fisiológico no aplanamento da córnea, fazendo com que pessoas com dificuldades muito profundas não possam ser beneficiadas pelo tratamento”, comenta a oftalmologista.

Os pacientes que sofrem de secura ocular extrema ou outras patologias graves ligadas à visão também são desaconselhados a fazer o tratamento. O mesmo ocorre com portadores de alterações na retina, já que a atuação do material é restrita à córnea do paciente.

TRATAMENTO CONTÍNUO

Outra ressalva feita pela médica é a necessidade de realizar o tratamento de forma contínua. “O paciente sempre terá que utilizar a lente à noite. Se ele parar, o problema de visão volta. Em alguns casos, quando a miopia já está estabilizada, conseguimos reduzir o número de noites de uso por semana”, explica Tania Schaefer. Segundo ela, as lentes noturnas têm custo avaliado em R$ 3 mil por ano.

Dormir com lentes normais faz mal

Um dos ensinamentos básicos para quem utiliza lentes de contato é sempre lembrar de retirá-las antes de dormir. De acordo com a oftalmologista Tania Schaefer, a regra não se aplica à Ortoqueratologia, pois as lentes do tratamento possibilitam a entrada de oxigênio no local, evitando infecções.

“A lente convencional é gelatinosa, o que promove uma troca constante de fluidos no olho e aumenta as chances de formação de um quadro infeccioso”, completa a médica.

Outro conselho a ser seguido para diminuir os riscos de infecção ocular é realizar a higiene regular do material.

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