Por paulo.lima

Síria - Militantes curdos na Turquia fizeram um novo chamado para a defesa de uma cidade ao norte da Síria, que faz fronteira com a Turquia, contra o avanço dos militantes do Estado islâmico. As autoridades turcas e das Nações Unidas se preparam para receber, no domingo, uma onda de refugiados. Cerca de 70 mil curdos sírios fugiram para a Turquia desde sexta-feira, à medida que os combatentes do Estado Islâmico tomaram o controle de dezenas de vilas perto da fronteira, e avançaram para a cidade de Ayn al-Arab, conhecida como Kobani em curdo, que também faz fronteira com o país.

Carol Batchelor, representante na Turquia da agência de refugiados da Organização das Nações Unidas disse que o número real pode ser de mais de 100 mil, uma vez que a Turquia enfrenta um dos maiores influxos de refugiados da Síria desde que a guerra começou há mais de três anos.

Autoridades da Turquia esperam refugiados curdos em massaReuters


"Não acho que nos últimos três anos e meio tenhamos visto 100 mil cruzarem em dois dias. Então essa é uma medida de como essa situação está se desdobrando e o medo profundo que as pessoas têm sobre as circunstâncias dentro da Síria, e no que diz respeito ao Iraque", disse ela. Um comandante curdo disse que o Estado Islâmico tinha avançado para cerca de 15 quilômetros de Kobani, cuja localização estratégica vem bloqueando os militantes muçulmanos sunitas radicais de consolidar os seus ganhos no norte da Síria.

O Estado Islâmico tomou o controle de ao menos 64 vilas ao redor de Kobani desde terça-feira, usando armas pesadas e milhares de combatentes. Eles executaram ao menos 11 civis no sábado, incluindo dois meninos. O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), um grupo rebelde que passou três décadas lutando pela autonomia dos curdos da Turquia, renovou um apelo para os jovens da região sudeste de maioria curda na Turquia para se levantar contra o Estado Islâmico para salvar Kobani.

"Apoiar essa resistência heróica não é apenas uma dívida de honra dos curdos, mas de todas as pessoas do Oriente Médio. Apenas dar apoio não é suficiente, o critério deve ser tomar parte na resistência", disse um comunicado em seu site. "O fascismo do Estado Islâmico deve se afogar no sangue que derrama (...) A juventude do Curdistão do Norte (sudeste da Turquia) deve correr para Kobani", disse.

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