Por paulo.lima

Rússia - Milhares de pessoas se manifestaram, neste domingo, no centro de Moscou, contra a guerra na vizinha Ucrânia e o apoio do Kremlin aos rebeldes pró-Rússia. A 'Marcha da Paz', ação organizada pela oposição extraparlamentar mais crítica ao Kremlin, começou na praça Pushkin, onde muitos dos manifestantes se concentraram com bandeiras ucranianas e também russas.

"Putin, basta de mentir e de fazer a guerra", foi uma das palavras de ordens entoadas durante a passeata. Os organizadores do protesto exigem que presidente russo, Vladimir Putin, deixe de apoiar os insurgentes, ordene a retirada das tropas da Ucrânia e determine o julgamento de quem obrigou soldados russos a combaterem em território estrangeiro.

Milhares de russos foram às ruas para protestar contra a guerra na UcrâniaEfe

A prefeitura de Moscou advertiu que, em virtude da polêmica lei sobre manifestações políticas, os organizadores serão punidos administrativamente se o protesto se contradizer ao que foi inicialmente planejado. "O partido da guerra dirige o país com Putin à frente", criticou Boris Nemtsov, principal organizador da passeata e um dos maiores críticos do presidente.

Nemtsov argumenta que, apesar do memorando de paz assinado no sábado em Minsk entre o governo ucraniano e os rebeldes pró-Rússia, a ameaça da guerra no país vizinho ainda está muito presente. "A trégua na Ucrânia é frágil. Por que? A Putin não convém, já que ele queria criar a Novorrosia desde Donetsk e Lugansk até Odessa, unindo-se com a Transnístria e criando um corredor até a Crimeia", afirmou.

A oposição extraparlamentar denunciou, nas últimas semanas, a morte de soldados russos em território ucraniano, embora o Kremlin negue insistentemente o desdobramento de tropas regulares no país vizinho. Recentemente, Putin tachou de "traidores" os políticos e ativistas russos que se negam a defender os interesses nacionais, em referência à defesa da população russófona do leste da Ucrânia.

Milhares de pessoas também participaram da "Marcha da Paz" em São Petersburgo e outras cidades russas, e nas cidades ucranianas de Kharkiv e Dnipropetrovsk, limítrofes com a zona do conflito.

Manifestante levanta cartaz em favor à união entre Ucrânia e RússiaEfe


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