Por clarissa.sardenberg

China - Milhares de manifestantes encheram as ruas de Hong Kong nesta quarta-feira, alguns deles vaiando as comemorações do Dia Nacional, e estudantes ameaçaram intensificar as manifestações se o líder pró-Pequim da cidade não renunciar.

Houve pouco sinais de que o ímpeto esteja diminuindo no quinto dia do protesto "Occupy Central", que têm ocupado setores da cidade, incluindo o distrito financeiro, para expressar a revolta com a decisão chinesa de limitar a escolha dos eleitores na votação da liderança do país em 2017.

Multidão de manifestantes se reúne no centro de Hong Kong Reuters

Muitos temiam que a polícia usasse a força para dispersar a multidão antes das celebrações do aniversário da fundação da República Popular da China em 1949, temores que se mostraram infundados, já que a polícia ficou recolhida.

A multidão paralisou grandes trechos do importante centro financeiro asiático e afetou os negócios, de bancos a joalherias. Não houve relatos de distúrbios nesta quarta-feira, mas testemunhas disseram que o número de manifestantes cresceu no começo da noite (horário local).

O líder estudantil Lester Shum emitiu um ultimato ao executivo-chefe do território, Leung Chun-ying: renunciar ou enfrentar passeatas ainda maiores.

Estudantes paralisaram grandes trechos de Hong Kong e afetaram os negócios%2C de bancos a joalheriasReuters

“Iremos escalar a ação se Leung não se demitir até hoje à noite ou amanha à noite. Iremos ocupar mais instalações e escritórios do governo”, disse ele a repórteres, sem dar maiores explicações.

“Acredito que o governo está tentando ganhar tempo. Querem usar táticas como enviar algumas pessoas para semear o caos para terem um bom motivo para dispersar a multidão”.

A tropa de choque usou gás lacrimogêneo, spray de pimenta e cacetetes para tentar apaziguar o tumulto, mas desde então as tensões diminuíram, já que os dois lados pareceram preparados para vencer pela teimosia, pelo menos no momento.

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