Rio - A decisão de posar nua para a ‘Playboy’, em 1999, teve incentivo médico, durante tratamento contra depressão, contou ontem a cantora Marina Lima. Na época, com 44 anos, ela enfrentava problemas pessoais. A artista se consultou com seu psiquiatra antes de assinar o contrato com a publicação masculina. “O doutor Arnaldo (Goldenberg, psiquiatra) disse que seria bom para eu sair da toca. Foi ‘prescrição médica’! Deu certo”, revelou ontem a artista, convidada para participar do 32º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que acontece em Brasília esta semana.
A ‘prescrição’ não foi feita de maneira formal, esclareceram os profissionais participantes do evento, mas sim na forma de incentivo. De acordo com a psicóloga da Santa Casa de Misericórdia do Rio, Simone Freitas, buscar a autoestima é um dos desafios durante qualquer tratamento contra males como a depressão.
“Provavelmente, as fotos foram uma oportunidade para Marina se ver como nunca tinha se visto. De ver suas qualidades e começar a gostar mais de si mesma,” analisa. Os elogios de outras pessoas, ficar em evidência e receber outros convites também podem ter contribuído, explica.
Para anônimos, que não podem passar pela experiência de ver suas fotos publicadas em capas de revista, Simone exemplifica algumas atitudes que ajudam de maneira parecida. “Tenho uma paciente que gosta de postar fotos dela nas redes sociais. As curtidas dos amigos fazem com que ela se sinta melhor”, conta a terapeuta.
Além disso, fazer exercícios físicos que tragam ânimo e energia, cuidar da aparência, encontrar pessoas queridas e até cantar no karaokê são atitudes que podem trazer bem-estar, importantíssimo para quem está depressivo.
A especialista alerta que cada um vai buscar as formas mais eficazes, de acordo com sua personalidade, para sentir prazer e felicidade. Ela lembra ainda que para combater a depressão é preciso sempre conciliar medicação adequada com sessões de terapia.
Colaboração de Isabela Borges
