Lisboa - Ex-primeiro-ministro português, José Sócrates foi preso na sexta-feira à noite por suposto envolvimento em um caso de fraude fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção que está sendo investigado pelo Ministério Público. Ele foi detido ao desembarcar no aeroporto de Lisboa e vinha de Paris, onde mora desde que abandonou o cargo de primeiro-ministro, em 2011.
Através de um comunicado, a Procuradoria Geral da República justificou a detenção de Sócrates. “No âmbito de um inquérito, dirigido pelo Ministério Público e que corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, e onde se investigam suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, na sequência de diligências, desencadeadas nos últimos dias, foram efetuadas quatro detenções. Entre os detidos encontra-se José Sócrates”, alegou.
Ainda de acordo com a Procuradoria, o ex-premier será interrogado o quanto antes. Segundo o Ministério Público, a investigação é independente da chamada operação Monte Branco, iniciada em julho de 2011, que identificou uma rede de lavagem de dinheiro com conexões entre Portugal e Suíça.
É a primeira vez na História de Portugal em que um ex-primeiro-ministro da República é detido. O inquérito encontra-se em segredo de justiça. Uma das questões sob investigação, segundo a imprensa portuguesa, é a forma como Sócrates teria pago sua luxuosa vida em Paris, para onde se mudou a fim de estudar Filosofia. O ex-premier venceu as eleições em 2005 com maioria absoluta e se manteve à frente do Executivo até 2011. Nascido em 1957 no Porto, é engenheiro e chegou ao Partido Socialista em 1981.