Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - A personal trainer brasileira Marcia Mikhael, de 43 anos, contou em entrevista ao jornal 'Folha de São Paulo' que, mesmo após passar por cirurgia, ainda tem no corpo fragmentos de balas e granadas nas pernas. Ela foi uma das reféns resgatadas do bar Lindt Cafe em Sydney, na Austrália, invadido pelo sequestrador, o clérigo muçulmano Man Haron Monis na madrugada da útlima terça-feira. O sequestro terminou com três pessoas mortas e três feridas. A polícia optou por entrar no local após Monis efetuar disparos e uma explosão ser ouvida.
"Tenho cerca de 70 estilhaços em cada perna. Muitos foram extraídos, mas talvez os menores não possam ser retirados", relatou a personal ao jornal paulista. 
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Marcia, que também é gerente de projetos de um banco, disse que não pode relatar o que aconteceu dentro do bar à pedido da polícia, mas o irmão dela, Carlos El Khouri, criticou a ação policial. "Os policiais não fizeram nada. Ficaram caminhando de um lado para o outro sem tomar nenhuma atitude", condenou o brasileiro, que permaneceu no Martin Place desde os primeiros momentos do sequestro". Ainda segundo ele, uma das vítimas, Katrina Dawson, 38, morreu ao lado da brasileira. 

Brasileira ainda se recupera dos ferimentos durante sequestroReprodução Facebook

Na terça-feira, o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, atacou o serviços de segurança do país por não monitorarem o sequestrador, que estava em liberdade condicional, acusado de ser cúmplice do assassinato da ex-mulher, enviar cartas de ódio a familiares de soldados mortos no Afeganistão além de responder a 50 processos por abuso sexual. 

As críticas à polícia encontram amparo na população australiana. A imprensa australiana questionou o comando da ação por não autorizar o atirador de elite posicionado diante do bar a agir. A polícia argumentou que, por não ter conhecimento da espessura do vidro do bar, decidiu por não utilizar o agente porque a trajetória da bala poderia ser alterada.

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Os policiais invadiram o Lindt Café após ouvirem uma explosão dentro do local. Em seguida, cinco pessoas saíram correndo da cafeteria. A polícia confirmou que foram disparados tiros e granadas. Imagens de TV mostram que algumas macas eram usadas para retirar vítimas do lugar.
Autor do sequestro, o clérigo radical iraniano Man Haron Monis é nascido em Manteghi Bourjerdi e se mudou do Irã para a Austrália em 1996, onde mudou de nome e adotou o título de xeique.
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Ele ganhou atenção na mídia por uma campanha de ódio que fez contra a presença de militares australianos no Afeganistão. Na ocasião, ele enviou dezenas de cartas aos familiares de soldados mortos no Afeganistão.
Em abril deste ano, Monis foi acusado de molestar sete mulheres durante seu trabalho como líder espiritual. Em outubro, novas denúncias apareceram. Ele saiu da prisão sob fiança e deveria comparecer a julgamento em fevereiro do ano que vem.
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