Material explícito com crianças é encontrado dentro do Vaticano
Pornografia estava com duas pessoas
Por tiago.frederico
Vaticano - Em meio a escândalos de pedofilia na Igreja em diversos países, o Vaticano descobriu dois casos de posse pornografia infantil entre seus muros no ano passado, como revelou ontem seu promotor público, Gian Piero Milano.
Os casos foram relatados pelo promotor de justiça em um documento de 50 páginas que foi lido para autoridades do Vaticano na cerimônia que marca a abertura do ano jurídico daquele estado.
Nos últimos 15 anos, a Igreja Católica vem tendo que lidar com a divulgação de escândalos de abuso sexual de crianças por padres em todo o mundo. O Papa Francisco já afirmou que terá tolerância zero com os pedófilos, mas as vítimas exigem mais atitudes, como a punição de bispos acusados de encobrir incidentes.
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No relatório, Milano conta que a polícia do Vaticano investigou dois “delicados casos, que graus variados de seriedade, de posse de material de pornografia infantil” por pessoas que vivem ou trabalham dentro do Vaticano, sede da Igreja Católica.
Ele não deu mais detalhes, mas um porta-voz do Vaticano afirmou que um deles é o ex-arcebispo polonês Józef Wesolowski, que foi preso em setembro no Vaticano, acusado de ter pago para ter relações sexuais com crianças enquanto era embaixador papal na República Dominicana.
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O papa aprovou a prisão do então arcebispo, num claro recado de que até mesmo altos funcionários da Igreja serão responsabilizados. Foi a primeira prisão dentro do Vaticano relativa a abusos sexuais.
Por questões de saúde, Wesolowski ficará em prisão domiciliar enquanto durar seu processo. De acordo com o Vaticano, ele perdeu a imunidade diplomática e está sujeito a ser julgado em quaisquer processos judiciais que possam ser movidos contra ele. De acordo com um relatório preparado por técnicos em informática para os promotores, milhares de votos e vídeos sexualmente explícitos foram encontrados nos computadores que ele usava.
O porta-voz, no entanto, não deu informações sobre o outro caso.
Relatório cita desfalques e drogas
O promotor Gian Piero Milano também falou sobre investigações realizadas no ano passado sobre desfalques envolvendo ex-administradores do do Instituto para Obras de Religião (IOR), conhecido como banco do Vaticano.
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Ele mencionou em seu relatório o caso de um monsenhor polonês condenado por desvio de fundos de uma basílica de Roma onde ele trabalhava como contador.
No fim do ano passado, um porta-voz anunciou que a justiça do Vaticano estava investigando dois ex-diretores do IOR. A decisão teve a ver com o alegado desfalque de operações “realizadas no período 2001-2008” e afetaria também um advogado. As contas dessas pessoas na instituição foram bloqueadas.
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Milano ainda afirmou que houve três tentativas de entregar drogas dentro do Vaticano, vindas de outros países pelo correio, também no ano passado. Entretanto, o promotor não deu mais detalhes sobre o assunto.