Rio - Uma nova técnica, ainda pouco conhecida no Brasil, pode se tornar mais um teste para detectar câncer de mama, com a vantagem de ser mais prático e menos doloroso do que a mamografia. Conhecido por termografia, o mecanismo detecta tumores por meio de variações na temperatura corporal. E tudo isso graças a uma pequena máquina que faz um ‘retrato’ da paciente.
De acordo com o clínico geral Alex Botsaris, tumores malignos são muito vascularizados e geram aumento de fluxo de sangue na região onde estão. Esse maior fluxo aquece o local, o que é detectado pelo exame. Cores diferenciam as variadas temperaturas da região analisada, e tumores malignos aparecem no resultado com imagens específicas, explica o médico.
O teste dura cerca de cinco minutos, e a paciente precisa tirar a blusa. Um dos benefícios é ser indolor. “Para algumas mulheres, a mamografia é quase insuportável devido à dor com a pressão nos seios”, lembra. Na termografia, a ‘foto’ vai para o computador, com um software que aprimora a imagem para facilitar a análise.
Além dos tumores existentes, o novo exame pode indicar ainda a predisposição da mulher em ter câncer no futuro, ressalta Botsaris. Segundo ele, uma pesquisa acompanhou pacientes cujos exames de termografia demonstraram alterações, mas sem o diagnóstico da doença. Anos mais tarde, cerca de 30% destas mulheres desenvolveram o tumor maligno na mama.
“Qualquer arma adicional para combater o câncer de mama é bem-vinda. O equipamento pode ficar no consultório e ser usado na consulta”, disse. Ainda segundo Botsaris, a termografia pode ser usada para detectar tumores em outros pontos e para diagnosticar outros males, como sinusite e obstrução das artérias. Neste último caso, a diferença é que a parte do corpo fica com temperatura mais baixa.
O aparelho custa cinco mil dólares (R$ 14.150).