Por clarissa.sardenberg

Londres - A Inglaterra se tornou o primeiro país do mundo a permitir a criação de embriões humanos a partir do DNA de três pessoas. Essa técnica é utilizada para evitar que doenças degenerativas hereditárias sejam transmitidas pelas mães aos bebês. Os testes em humanos têm previsão de começar em outubro, com o primeiro nascimento proveniente da inciativa inédita ocorrendo em meados de 2016.

O alvo do procedimento é uma parcela pequena de mulheres que têm mitocôndrias (fontes de energia celular) problemáticas, o que significa que o corpo possui pouca energia para manter o coração batendo ou o cérebro funcionando. 

No procedimento, o DNA do óvulo da mãe é extraído e inserido no óvulo de uma doadora, de mitocôndria saudável. Desta forma, o material genético do bebê gerado é composto pelo do pai, mãe e uma doadora, sendo que desta última o bebê só recebe 0,1 % do DNA.

Primeiro nascimento de inciativa inédita deve ocorrer em meados de 2016EFE

Segundo a mídia internacional, 150 casais seriam candidatos ao procedimento por ano. Problemas nas mitocôndrias podem ser causados por genes defeituosos, efeitos ambientais, ou uma combinação dos dois. A controversa técnica foi aprovada nesta terça-feira pela Casa dos Lordes após passar pela Câmara dos Comuns. Defeitos mitocondriais podem provocar falha no funcionamento do coração, distrofia muscular, rins e fígado.

O grupo Human Gentics Alert declarou que no futuro a ação pode abrir espaço para modificações genéticas em crianças. Tais modificações foram chamadas de "bebês design", com modificações genéticas para beleza e inteligência ou ficarem livres de doenças. As igrejas Católica e Anglicana da Inglaterra também se manifestaram e afirmaram ser contra o procedimento, alegando que não é "seguro" ou "ético".

Você pode gostar