Por felipe.martins

Rio - Trabalhar na ‘linha de frente’ do atendimento a pacientes internados faz com que muitos profissionais de saúde também precisem de cuidados. Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz, com 130 pessoas da área de enfermagem mostra que sintomas da Síndrome de Burnout estão presentes em 55,3% delas. O transtorno pode prejudicar o trabalho no hospital.

Os dados da pesquisaArte O Dia

Burnout é o esgotamento físico e mental relacionado ao emprego. O estudo foi feito com enfermeiros, técnicos e auxiliares em enfermagem que atuavam na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e na unidade coronariana de dois hospitais públicos do Estado do Rio de Janeiro. Os voluntários participaram de testes para detectar os sintomas do mal.

“Esperava uma incidência de 30% ou 40%, mas não imaginava encontrar mais da metade dos profissionais com sintomas”, disse Jorge Luiz Lima, enfermeiro, autor do estudo e professor da Universidade Federal Fluminense.

Há muitos fatores que afetam o profissional intensivista. Jorge lista que eles são solicitados a todo tempo, precisam lidar com a vulnerabilidade física do paciente e também com os familiares. “O profissional da enfermagem está à frente de tudo e o paciente pode morrer a qualquer momento. Nos hospitais públicos, muitas vezes, ocorre também a falta de médicos”, afirma.

Os fatores que causam estresseArte O Dia

Ele alerta que, quando o profissional sofre com a síndrome, o atendimento ao paciente pode ficar comprometido. Jorge lembra que o transtorno pode causar déficit de atenção, dificuldade de concentração e fazer com que a pessoa fique mais fria no trato com os demais. “Pode acontecer erro na administração de medicamento e o paciente ser tratado com frieza”, aponta. “É importante que esses trabalhadores não sejam julgados, porque, na verdade, eles são doentes”.


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