Por felipe.martins

Rio - O número de mortos na pior catástrofe natural que atingiu o Nepal no sábado não para de crescer. Balanço divulgado ontem por equipes de resgate informou que mais de 4 mil mortos e 7 mil feridos já haviam sido contabilizados até o fim da noite (horário de Brasília). Ainda há várias vítimas presas a escombros e a esperança é de que haja sobreviventes. Entre a busca de água e alimentos básicos e a tentativa de reconstrução, sobreviventes nepaleses sofrem a dor de cremar os seus parentes, três dias após a tragédia. Este foi o pior terremoto em 80 anos a atingir o país asiático, a meca do alpinismo.

A tragédia também provocou a fuga em massa de nepaleses desabrigados. Milhares de retirantes congestionam as estradas de saída de Katmandu, incluindo pessoas carregando bebês no colo. Muitas tentam subir em ônibus ou conseguem caronas em carros e caminhões para as planícies.

Enormes filas se formam no Aeroporto Internacional de Tribhuvan, na cidade, com turistas e moradores desesperados para pegar um voo para fora do país. “Estou disposto até mesmo a vender o ouro que eu estou usando para comprar uma passagem, mas não há nada disponível”, disse Rama Bahadur, uma indiana que trabalha na capital do Nepal, à Reuters.

Uma nepalesa busca salvar entre os escombros o que sobrou do rastro de destruição que arrasou o Nepal.País asiático%2C meca do alpinismo%2Csofre com falta de água e alimentosReuters

Segundo a agência de notícias, boa parte do um milhão de habitantes de Kathmandu tem dormido ao relento desde o terremoto de sábado, ou porque suas casas foram destruídas ou por estarem aterrorizados com os tremores secundários. “Estamos fugindo”, disse Krishna Muktari, que dirige uma pequena mercearia na cidade de Katmandu, parado em uma grande interseção da estrada. “Como você pode viver aqui? Eu tenho filhos, eles não podem estar correndo para fora de casa toda a noite.”

A tragédia despertou comoção mundial e agências e governos internacionais estão enviando socorristas, médicos e remédios ao país. De acordo com o Itamaraty, 96 brasileiros estavam no país no momento do epicentro. Mas não há nenhum registro de feridos. Dois gigantes das redes sociais, Google e Facebook, se juntaram ontem à rede de solidariedade na ajuda às vítimas. O abalo sísmico atingiu magnitude de 7,8 na escala Richter e provocou vários tremores secundários e diversos deslizamentos no monte Everest, onde 18 pessoas morreram no início da temporada de alpinismo.

Estima-se que 300 mil turistas estrangeiros estavam no Nepal, várias centenas dos quais estariam no Monte Everest, quando o eclodiu o o terremoto.

Também morreram 67 pessoas na Índia em decorrência do terremoto. Quase um milhão de crianças precisam de ajuda urgente, segundo o Fundo para Crianças das Nações Unidas (Unicef).Segundo a ONU, entre as equipes enviadas por outros países ao Nepal estão Índia, Paquistão, Estados Unidos, China e Israel.

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