Por felipe.martins

Vaticano - O Papa Francisco fez nesta quarta-feira um apelo enfático pelo fim da diferença salarial entre homens e mulheres. Ele classificou a situação como “um escândalo”, que deveria ser reprovado pelos cristãos. “Por que é dado como certo que mulheres devem ganhar menos que homens? Não! Elas possuem os mesmos direitos.

A discrepância é um escândalo”, disse diante de centenas de milhares de pessoas em seu discurso geral na Praça de São Pedro, no Vaticano. Com ênfase, Francisco disse que cristãos deveriam “definitivamente apoiar o direito de igualdade salarial para trabalhos iguais”.

Francisco enfatizou que cristãos deveriam “apoiar o direito de igualdade salarial para trabalhos iguais”Reuters

Mulheres na União Europeia receberam em média 16,4% a menos que homens em 2013, de acordo com estatísticas da agência Eurostat. Nos Estados Unidos, elas ganham 77 centavos de dólar a cada dólar que um homem ganha, de acordo com salários médios anuais.

Francisco disse ainda desejar que as mulheres tenham um papel maior na Igreja Católica ao redor do mundo e na burocracia do Vaticano, mas disse que “a porta está fechada” para a possibilidade de mulheres se tornarem padres. A igreja ensina que mulheres não podem se tornar padres porque Jesus deliberadamente escolheu somente homens como seus apóstolos. Os que defendem o sacerdócio feminino rejeitam essa versão.

Arquivos do Vaticano sobre ditadura deverão ser abertos

Francisco está envolvido em outro assunto polêmico. Ele quer que sejam tornados públicos e digitalizados arquivos do Vaticano sobre a ditadura militar em seu país, a Argentina (1976-1983). As iniciativas poderiam ajudar em processos judiciais sobre crimes cometidos pelo regime militar. O Papa analisou pedidos de organizações de defesa dos direitos humanos da Argentina e agora o Vaticano já teria começado a trabalhar no processo prévio à abertura dos arquivos. No ano passado, o Papa permitiu a divulgação de cartas escritas pelo bispo de La Rioja, Enrique Angelelli, assassinado durante a ditadura. Os documentos foram cruciais para condenar os assassinos.

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