Rio - O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira a circulação de um novo vírus no Brasil. Ele provoca a zika — doença com sintomas semelhantes aos da dengue e da febre chikungunya. Até ontem, 16 pessoas tinham sido diagnosticadas no país: oito na Bahia e oito no Rio Grande do Norte. Há outros casos suspeitos em análise pela pasta, como O DIA noticiou dia 6.
O ministro Arthur Chioro disse que a chegada da doença ao país já era esperada desde a Copa do Mundo — uma das hipóteses é de que foi trazida por turistas — e que outros casos serão detectados. Chioro afirmou, porém, que a maior preocupação é a dengue. A zika é mais branda e não há registro de morte.
Nenhum dos pacientes sob análise são do Estado do Rio, apesar de terem sido identificadas em seu território pessoas com sintomas comuns à zika e à dengue, e com diagnóstico negativo para a última. Por enquanto os casos não são considerados suspeitos da nova doença porque o Ministério da Saúde ainda não definiu quais os critérios para que o doente seja incluído nesse rol, explica o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe. Segundo ele, amostras de sangue das pessoas foram guardadas para futuros testes. O ministério também não definiu quais serão os laboratórios de referência para diagnóstico do vírus.
“Os pacientes ficaram curados. Ao contrário da Bahia, que teve casos concentrados numa cidade, no Rio temos situações em vários municípios, como Resende, no Médio Paraíba”, disse.
Os testes que deram positivo na Bahia e no Rio Grande do Norte foram feitos no Instituto Evandro Chagas, de Belém. Como O DIA mostrou dia 6, as amostras já tinham apresentado resultados preliminares para a doença em estudo da Universidade Estadual da Bahia. A Fiocruz também as examinou. O Ministério da Saúde só confirmou a circulação do vírus após o exame ser feito em laboratório de referência.
Situação grave em sete estados
O ministro reconheceu oficialmente nesta quinta que o Brasil vive epidemia de dengue. Segundo Chioro, a situação é mais grave em São Paulo, Goiás e Acre. O país registra 367,8 casos a cada 100 mil habitantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica como epidemia taxas a partir de 300/100 mil.
Pelo parâmetro da OMS, sete estados estão em situação epidêmica: Acre (1.064,8/100 mil), Tocantins (439,9), Rio Grande do Norte (363,6), São Paulo (911,9), Paraná (362,8), Mato Grosso do Sul (462,8) e Goiás (968,9).
De acordo com o ministério, de 4 de janeiro até 18 de abril foram registrados 745.957 casos da doença. O número de doentes é 234,2% maior em relação ao mesmo período de 2014 e 48,6% menor em comparação com 2013. Também até 18 de abril foram confirmadas 229 mortes: aumento de 44,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O estado do Rio contabilizou 22.484 casos, sendo 8.479 em Resende.