Por clarissa.sardenberg

Estados Unidos - Após mais de 50 anos, as embaixadas de Cuba e Estados Unidos serão reabertas em ambos os países. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou a decisão nesta quarta-feira e disse que a data marca um "novo capítulo" no relacionamento dos EUA com os "vizinhos do sul". A reabertura das embaixadas têm data prevista para 20 de julho. O presidente cubano, Raúl Castro, escreveu uma carta para Obama, em que confirma a reabertura da embaixada em Washington.

"Mais de 54 anos atrás, os Estados Unidos fecharam a embaixada em Havana. Hoje, eu posso anunciar a sua reabertura e o começo de um novo capítulo com nossos vizinhos", disse o mandatário no início de seu discurso. O presidente ressaltou que, quando a representação foi fechada em 1961, "ninguém esperava que isso fosse durar mais de meio século".

Para Obama, o isolamento da ilha dos irmãos Castro não funcionou e causou sofrimento ao povo local. Ele ressaltou que "quando algo não funciona, nós precisamos e iremos mudar" e que essa retomada de diálogo "não é apenas simbólica".

Ao lado de vice-presidente%2C Joe Biden%2C Obama anuncia retomada de relações com Cuba Reuters

Parcerias e divergências

Relembrando a história, Obama destacou que "está claro que Cuba não vai mudar em uma noite", mas que seu país estará a postos para ajudar a disseminar valores e a melhorar a vida daqueles que lutam por mudanças na ilha. "Somos vizinhos, agora poderemos ser amigos", destacou o mandatário ao ressaltar que os norte-americanos anseiam por conhecer a ilha cubana e ao dizer que as universidades de ambos os países fecharão parcerias e intercâmbios.

Dois pontos cruciais do restabelecimento completo ainda estão pendentes: o fim do embargo econômico à ilha, que precisa passar pela aprovação Congresso norte-americano, e o fechamento da base naval de Guantánamo.

O governo cubano declarou nesta quarta que, uma vez restabelecidos os vínculos diplomáticos com os Estados Unidos, "será imprescindível o levantamento do bloqueio, entre outros aspectos, para a normalização das relações".

Para a remoção do pesado embargo, será preciso que o Congresso norte-americano derrube a lei que o regulamenta. Em seu pronunciamento, Barack Obama pediu que os parlamentares "não sejam prisioneiros" do passado.

O anúncio desta quarta é o resultado de seis meses de intensas negociações sobre o tema, que restabelecem as relações em nível de embaixadas - rompidas desde 1961. É também fruto da solicitação de Obama ao Congresso de retirar a ilha da lista de "financiadores do terrorismo".

Desde 17 de dezembro do ano passado, quando anunciaram em pronunciamento conjunto que iriam normalizar as relações diplomáticas, Obama e Castro vêm retirando diversas barreiras que existiam entre as nações.

Obama agradece Dilma

Em seu discurso, Barack Obama agradeceu o apoio de várias nações à retomada das relações e lembrou o maciço apoio que recebeu dos países latino-americanos.

O presidente citou o discurso feito nesta terça-feira por Dilma Rousseff em Washington, em que ela elogiou a postura do líder norte-americano, e agradeceu a todos os países da região por aprovarem a reaproximação.

*Com informações da ANSA

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