Por bferreira

Nigéria - Cerca de duzentas pessoas foram mortas na Nigéria pelo grupo terrorista islâmico Boko Haram desde quarta-feira, em vários atentados. Num deles, ontem, uma menina-bomba aparentando 15 anos de idade se explodiu dentro de uma mesquita em Malari, matando 12 pessoas. “Enquanto as pessoas estavam na mesquita para as orações, ela correu para dentro e se explodiu”, contou uma testemunha.

Na véspera, uma mulher e outra garota se detonaram, causando as mortes de 13 civis num mercado e num posto militar. O Boko Haram, responsável por sequestros em massa de centenas de meninas no país africano, tem usado garotas como ‘bombas humanas’, segundo noticiou a imprensa internacional.

Os militantes querem impor a sua versão da sharia (lei islâmica) em toda a Nigéria. Por isso, muitas vezes atacam mesquitas onde clérigos pregam contra seu extremismo, além de igrejas.

Com as mortes dos últimos três dias, a Nigéria teve a semana mais violenta desde a posse na presidência de Muhammadu Buhari. O presidente, que assumiu em 29 de maio, condenou os recentes ataques, chamando-os de “atos desumanos e bárbaros”.

Num deles, extremistas do grupo cortaram as gargantas de 11 supostos ‘traidores’ na madrugada de ontem. Eles teriam se recusado a ingressar no grupo extremista. Os terroristas chegaram antes do amanhecer e foram de porta em porta no nordeste da cidade Miringa, onde mataram os homens durante as orações. Na tarde ontem, ao menos 29 pessoas foram mortas em atentado na cidade de Mussa.

A onda de ataques atingiu várias aldeias no estado de Borno (nordeste), reduto do Boko Haram, que é filiado ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI), o qual tem bases na Síria e no Iraque. Durante o mês sagrado do Ramadã, o EI exortou militantes a intensificarem os ataques.

Na ação mais mortal, os militantes alvejaram várias mesquitas em Kukawa na quarta-feira, matando a tiros cerca de cem fiéis durante as orações. Mulheres também foram abatidas em suas casas em Kukawa, cerca de 180 km a nordeste de Maiduguri. Menos de duas horas depois, a 50 km de distância, perto da cidade de Monguno, 48 outros fiéis reunidos foram fuzilados, enquanto duas aldeias foram completamente arrasadas.

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