Por felipe.martins

Rio - O governo da Grécia voltou atrás e aceitou as condições impostas por líderes da zona do euro para liberar resgate de 86 bilhões de euros mediante supervisão externa. Assim, o país deve ser mantido no bloco de moeda única.

Os termos impostos pelos credores internacionais liderados pela Alemanha, em negociações que duraram a madrugada de segunda-feira em uma cúpula de emergência, obrigaram o primeiro-ministro Alexis Tsipras a abandonar as promessas de acabar com a austeridade. Há risco de rachar o governo e provocar protestos na Grécia.

“Claramente a Europa da austeridade venceu”, disse o ministro das Reformas grego, George Katrougalos. “Ou vamos aceitar essas medidas draconianas ou é a morte súbita de nossa economia através da continuação do fechamento dos bancos. Então é um acordo que é praticamente imposto sobre nós”, disse.

Se a cúpula tivesse falhado, a Grécia estaria diante de um abismo econômico, com os bancos fechados à beira do colapso e a perspectiva de ter que imprimir moeda paralela e, com o tempo, deixar a união monetária europeia.

“O acordo foi trabalhoso, mas foi concluído. Não há saída da Grécia (da zona do euro)”, disse o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, após 17 horas de discussões. Ele descartou sugestões de que Tsipras havia sido humilhado mesmo que o comunicado final da cúpula tenha insistido repetidamente que a Grécia tenha que daqui em diante sujeitar grande parte de sua política pública à concordância prévia.
“Neste compromisso, não há vencedores nem perdedores”, minimizou Juncker. “Não acho que o povo grego foi humilhado, ou que outros europeus tenham se tornado menos respeitáveis. É um acordo típico europeu”.

O próprio Tsipras, eleito há cinco meses para acabar com cinco anos de austeridade sufocante, afirmou que ele e sua equipe “disputaram uma batalha dura” e tiveram que tomar decisões difíceis. Ele disse que garantiu uma promessa melhorada de reestruturação da dívida e que “evitou o plano de estrangulamento financeiro”.

O acordo refletiu no fechamento da Bovespa ontem, guiada também pelo forte avanço de papéis do setor de mineração e siderurgia. O Ibovespa subiu 1,01%, a 53.119 pontos. O volume financeiro do pregão, contudo, somou apenas R$ 5,43 bilhões.

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