Por felipe.martins

Rio - Caracterizada por uma interferência na respiração durante a noite, a apneia obstrutiva do sono é uma doença que muitas vezes passa despercebida, principalmente entre crianças. Por isso, é necessária uma atenção redobrada dos pais para detectar o problema em seus filhos.

A obstrução pode ser parcial, quando há uma dificuldade de respirar, ou completa, quando há uma pausa respiratória. Cada ocorrência tem duração entre 10 segundos e 1 minuto. “Tipicamente, ocorre toda noite, e pode acontecer várias vezes durante a noite”, explica Pedro Genta, pneumologista do Centro de Medicina do Sono do Hospital do Coração.

“O sono é um dos principais sinais de alerta”, aponta Pedro. Além de dormir mal, a criança pode ficar em posições estranhas, urinar ou suar excessivamente durante a noite. Outros pontos que precisam da atenção dos pais são o desempenho, escolar, a concentração e a hiperatividade.

Como a lista de sintomas é extensa, no entanto, a enfermidade muitas vezes é confundida com distúrbios do sono. “Os adultos estão mais cientes do problema Os sintomas da criança passam despercebidos”, explica o médico.

Quando há suspeita, é preciso fazer uma polissonografia. O exame é feito durante a noite, monitorando a respiração e o sono do paciente. “Esse exame vai quantificar a gravidade da doença”, afirma. Existem três causas diferentes. A principal é o aumento das amígdalas e adenoides, estruturas que ficam na garganta, causado por uma alergia. “Também pode estar ligada a uma situação de quem respira muito pela boca”, conta Pedro. Outra causa pode ser o ganho de peso. “É um fator secundário, mas cada vez mais importante. Nos adultos, é o principal fator”, explica.

Sintomas podem passar despercebidos. Exame é feito com monitoramento do sono do paciente Divulgação

A doença aparece em crianças de qualquer idade, inclusive em recém-nascidos, mas aparece mais na fase da pré-escola, época em que o crescimento das amígdalas é mais comum. Os casos alérgicos são os mais difíceis de prevenir. Os outros podem ser evitados com hábitos alimentares saudáveis e atenção na forma de respirar.

Tirar amígdalas pode resolver

O tratamento da apneia varia de acordo com a causa da doença. Um deles é a cirurgia. “Na criança, o principal tratamento é a remoção das amígdalas e adenoide. Na maioria das vezes, resolve”, garante o pneumologista Pedro Genta.

Quando a doença é causada pela maneira de respirar, é necessário um acompanhamento duplo, com um dentista e um fonoaudiólogo. Medicamentos, como os corticoides nasais, também são utilizados em alguns casos.

Sem o tratamento, a consequência mais grave pode ocorrer, além dos problemas do sono e da atenção, é uma futura sobrecarga no coração, mas somente em casos extremos.


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