Por bferreira

Rio - Para incrementar do Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, que é hoje, o Ministério da Saúde lançou ontem uma campanha de prevenção contra a doença, que estimula o diagnóstico precoce do mal, por meio dos testes. O órgão divulgou oficialmente ainda que, até dezembro, os pacientes terão acesso a três novos tipos de medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS): os fármacos daclatasvir, sofosbuvir e simeprevir.

Segundo o ministério, o novo método tem uma taxa de cura de 90%, enquanto o anterior era de 50%. Os remédios também diminuem o tempo de terapia: se hoje leva 48 semanas, com os futuros medicamentos será de 12 a 24. A previsão é a de que eles beneficiem cerca de 30 mil pessoas nos próximos 12 meses, o que representa o dobro de pacientes tratados anualmente no país. “Estamos incorporando no SUS o que tem de mais moderno no tratamento para a hepatite C. O Brasil assume a vanguarda na oferta desta terapia”, elogiou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Especialista em direito à saúde, a advogada Renata Vilhena Silva disse que, atualmente, as pessoas ainda precisam entrar na Justiça para obter os medicamentos. “Os remédios que já eram fornecidos pelo ministério não têm o efeito desejado”, conta.

Diferentemente do que ocorre com a primeira terapia, a mais recente atingirá os portadores de coinfecção com HIV, cirrose descompensada e pacientes que não se adaptaram ou não foram curados com o outro tratamento.

Na campanha divulgada ontem, uma das mensagens de alerta é focada nas pessoas com mais de 40 anos, que precisaram fazer transplantes ou cirurgias antes de 1993. Na época, não existia diagnóstico para hepatite C e a transfusão de sangue era uma dos meios de transmissão da doença.

Em 13 anos, 120 mil casos

O Ministério da Saúde divulgou ontem também balanço sobre a hepatite C. Durante 13 anos, foram 120 mil casos no país. Atualmente, são registrados 10 mil novos casos a cada ano, e cerca de três mil mortes. A doença é causada pelo vírus C, que atinge a circulação sanguínea, e costuma ser assintomática. Entre os meios de transmissão estão transfusões de sangue e uso de objetos cortantes infectados, como alicates de unha e aparelhos de barbear. “Qualquer tipo de troca entre materiais sanguíneos entre uma pessoa infectada e outra pode facilitar a transmissão”, explica Hélio Magarinos Torres Filho, patologista clínico e diretor médico do laboratório Richet. Já a transmissão da hepatite A ocorre por meio de água e alimentos contaminados. Foram 6.500 casos da patologia em 2014. No caso da hepatite B, o vírus pode estar presente no esperma e sangue. A transmissão ocorre por meio de relações sexuais sem camisinha, transfusão sanguínea e agulhas contaminadas. São registrados cerca de 17 mil novos casos anualmente.

PARA TIRAR DÚVIDAS

EVENTO GRATUITO
Para conscientizar a população sobre a hepatite C, a Secretaria Municipal de Saúde promove hoje, a partir das 9h, um evento gratuito na Praça da Bandeira. A iniciativa inclui palestras e tendas com profissionais para tirar as dúvidas. Agentes comunitários e de vigilância em saúde vão percorrer salões de beleza e estúdios de tatuagem para informar sobre a doença e a prevenção. Eventos se repetem em várias cidades.

AÇÕES DE SAÚDE
Com o objetivo de informar a população, a Prefeitura de São João da Barra promove hoje ação gratuita te saúde. A Campanha de Prevenção das Hepatites Virais é organizada das 9h ao meio-dia, na Policlínica. A iniciativa, que tem apoio da Secretaria Estadual de Saúde, oferecerá atividades para informar sobre a doença, aferição de pressão arterial e testagem rápida de hepatites B e C.

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