Por bianca.lobianco

Rio - Na luta contra o colesterol alto, novos medicamentos estão surgindo. Entretanto, as principais novidades estão relacionadas aos alimentos. Há uma inversão de papeis. Mocinhos viram vilões e vice-versa. No cardápio, nutricionistas incorporaram mudanças susbstanciais, reduzindo ou substituindo alimentos que antes eram considerados saudáveis, como arroz, adoçantes, e margarinas. E introduzindo outros, outrora tidos como nocivos, especialmente o ovo.

Tenha cuidado com o seu colesterol. Clique na imagem para ampliar gráficoArte O Dia

Dietas básicas emergenciais, como a sugerida pelo Conselho Regional de Nutricionistas, são bem-vindas. Mas médicos alertam que cada caso deve ser estudado individualmente. As dietas devem ser personalizadas, embora os alimentos permitidos e vetados sejam praticamente os mesmos.

Segundo o Ministério da Saúde, a doença, associada a fatores de riscos cardiovasculares, mata 800 mil brasileiros por ano. Especialistas, porém, alertam: a alimentação adequada, aliada a exercícios, é fundamental para a eficácia no combate a um dos mais graves problemas de saúde pública, conforme a Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Cinco dicas para controlar seu colesterol

“Novas drogas pouco adiantam, se as pessoas continuam se alimentando de forma errada”, adverte a nutróloga Tamara Mazaracki, da Associação Brasileira de Nutrologia. O objetivo é manter os níveis considerados ideiais de colesterol total abaixo de 200 mg/dl. Estudos indicam a existência de 11 tipos de colesterol.

“Mas o desequilíbrio entre os dois principais (HDL, conhecido historicamente como bom colesterol, e LDL, o ruim) se transforma em colesterol oxidado no sangue, propiciando a formação de placas nos vasos sanguíneos (aterosclerose), causadoras de complicações fatais, como infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral)”, diz.

Nutricionistas concordam que o que não pode faltar nos pratos são hortaliças (brócolis, couve-flor, couve, espinafre, salsa, tomate, berinjela e abobrinha); frutas de baixo índice glicêmico (limão, laranja, tangerina, morango, jabuticaba, maracujá, maçã, melão, pera, abacate e coco); grãos e cereais (feijões, lentilha, ervilha, grão de bico, farelo de aveia, arroz integral e quinoa); nozes e sementes (amendoas, castanha do pará, linhaça, chia, semente de girassol e de gergelim); peixes (sardinha, salmão, atum, cavala e pescada); ovos; ervas e especiarias (chás verde e preto, alho, gengibre, e cúrcuma). 

Os vilões:

Arroz, margarina e adoçantes figuravam na lista de alimentos permitidos em todas as idades. Mas hoje, integram a relação dos proibidões das dietas para evitar o aumento do colesterol.

Ovo já é tido como mocinho

Temido quando se falava em colesterol, o ovo é essencial para o fígado metabolizar e reduzir o LDL. “Coma ovo no café da manhã ou omelete no jantar, com legumes ou salada. Pesquisas atestam: moderado, o ovo não faz o colesterol subir”, diz Tamara Mazaracki.

“Carne vermelha e pele de frango devem continuar sendo evitadas”, diz a nutricionista Bruna Pinheiro.

Marlete Silva, do Conselho Regional de Nutricionistas, orienta sobre rótulos. “Leve industrializados com menos sal, gorduras e açúcar”, ensina. “Atente também para o controle dos trigicerídeos, glicose e pressão”, observa Virgínia Nascimento, especialista em Fisiologia Digestiva e mestre em Educação e Saúde.

MARIA DAS GRAÇAS SOARES, 63 ANOS, a comerciante diz que levou um susto ao descobrir ano passado que tinha colesterol alto. Ela faz parte do grupo de 80% dos pacientes que não sabem que têm o problema, de acordo com pesquisa do Ministério da Saúde. “Comecei a mudar meus hábitos alimentares. Não quero infartar”, afirma Maria, que trocou o pão pela tapioca, eliminando 80 calorias por unidade. 

WAGNER BATISTA, 55 ANOS, Administrador de empresas e hipertenso, toma três medicamentos por dia e tem medo de sofrer AVC. “Minha esposa (Patrícia, 53) só faz comida saudável, mas a cerveja diária realmente atrapalha”, reconhece

MARIA SIMÕES, 54 ANOS, é jornaleira, tem colesterol beirando a 270 mg\dl e precisa perder 40 kg. Em sua banca ela garante que resiste aos doces industrializados que vende, mas admite que não resiste a rodízios de pizzas com a família. “Para piorar, ainda sou diabética. Mas tenho tentado resistir aos exageros”, garante



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