Por bianca.lobianco

Rio - É comum os pais reclamarem com seus filhos que, por usarem demais o celular, eles não estão dando atenção à família. Mas e quando acontece a situação inversa? Uma pesquisa da empresa AVG mostrou que 87% das crianças brasileiras ouvidas acreditam que seus pais usam demais os dispositivos.

O índice está acima da média global, que foi de 54%. O estudo, que ouviu mais de 6 mil pessoas em todo o mundo, mostrou também que 32% dos filhos se sentiam ignorados quando os pais utilizavam o celular.

No Brasil%2C o percentual de crianças com reclamações ficou acima da média mundial%2C que é de 54% Thinkstock

Os pais reconhecem os erros: 52% admitem ficar mais tempo do que o necessário no celular e 28% reconheceram que essa utilização não era um bom exemplo. Mesmo assim, uma parte (25%) revelou que gostaria que os filhos usassem menos o aparelho eletrônico.

O psiquiatra André Brasil Ribeiro, presidente da Associação Psiquiátrica da Bahia, brinca que não é nem necessário fazer uma pesquisa para chegar a esses dados. “São fatos cotidianos, facilmente vistos”, relata.
Para o especialista, quase não existe mais diferença no uso do celular entre jovens e adultos. “Os pais praticamente se igualaram aos filhos”, destaca.

O psiquiatra acredita que o principal efeito é a diminuição da comunicação afetiva entre a família. “Não se transmite afeto pelo celular”, lembra. Ele responsabiliza os pais. “São sempre os exemplos”, garante. As consequências, contudo, só serão sentidas no futuro. “Você só consegue identificar posteriormente, quando o filho não responde ao carinho”, explica.

André afirma que as crianças devem avisar quando acharem que existe algum problema. E sugere que os pais estabeleçam horários sem celular, para que todos se divirtam juntos.

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