Por clarissa.sardenberg

Hungria - A polícia da Hungria prendeu nesta terça-feira o político opositor György Kakuk por fazer um corte simbólico na cerca construída na fronteira com a Sérvia para deter a chegada em massa de refugiados. Kakuk, jornalista membro da Coalizão Democrática, cortou o arame com um alicate em um ato conjunto com a ativista sérvia Milica Mancic Stojkovic, em um local próximo à cidade de Röszke, ponto em que a via ferroviária Horgos-Segedin sai da Sérvia e entra na Hungria, informou o site "szegedma.hu".

Fotos: Centenas de imigrantes protestam em estação de trem na Hungria

O ativista disse que queria chamar a atenção sobre a lei que prevê até cinco anos de prisão por romper a cerca, que deve ser aprovada pelo parlamento húngaro nos próximo dias. Kakuk insistiu que a cerca "deve desaparecer" e defendeu um mundo que pare as guerras em vez de levantar cercas.

Político e ativista fazem ato simbólico e cortam pedaço de cerca na fronteira da Hungria com a SérviaReprodução Internet

"A cerca não detém ninguém, mas é um forte símbolo de divisão e medo", afirmou a também jornalista e tradutora Milica. Os dois ativistas pediram aos lideres da União Europeia (UE) que busquem uma solução à crise gerada pela chegada em massa de refugiados, que tem dimensões que não se viam desde a Segunda Guerra Mundial.

A prisão ocorreu no mesmo dia em que centenas de imigrantes protestaram do lado de fora da estação de trem fechada Eastern Railway Terminus,  na capital do país, Budapeste. Eles exigem autorização para viajar para a Alemanha. 

Migrantes protestaram após estação de trem na Hungria ser fechada para que não fossem para AlemanhaReuters

Cerca de mil pessoas balançavam suas passagens, batendo palmas e gritando "Alemanha! Alemanha!" do lado de fora da estação. Posteriormente sentaram, observando o bloqueio policial na entrada da estação.

Autoridades húngaras fecharam a estação de trem por completo, em seguida reabriram, mas barraram a entrada de imigrantes. Cerca de 100 policiais com capacetes e cassetetes guardavam a estação. Dezenas de imigrantes que estavam dentro do local foram forçados a sair.

A Hungria é uma das principais rotas de passagem para refugiados do Oriente Médio e África que fogem da violência e da pobreza, com mais de 140 mil pessoas cruzando sua fronteira com a Sérvia somente neste ano.

*Com informações da EFE e Reuters

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