Por bferreira

Turquia - Todos os dias imagens do martírio de milhares de refugiados que tentam entrar a qualquer custo na Europa vêm chamando a atenção para uma das piores crises migratórias do chamado Velho Mundo, após a Segunda Grande Guerra Mundial. Mas nenhuma encerra tão dramaticamente esse infortúnio da condição humana quanto a foto de um menino de 2 anos, encontrado morto, ontem, na Praia de Bodrum, na Turquia.

Policial turco recolhe o corpo do menino%2C provavelmente um sírioReuters

A imagem do garoto, de bermuda azul, camiseta vermelha e sapatos pretos encharcados e com o rosto mergulhado na areia da praia, chocou o mundo. O drama foi o principal assunto nas edições on-line dos jornais de todo o mundo e viralizou nas redes sociais.

Não se sabe se por isso, mas logo depois da divulgação da cena chocante, três principais países, alvo dos refugiados, Itália, Alemanha e França, anunciaram a disposição de rever as suas regras para acolher as populações que fogem das guerras em seus países, principalmente Síria e Iraque. Há dois dias, a chanceler alemã Angela Merkel anunciara duras medidas contra a intolerância a refugiados em seu país e pediu maior solidariedade. Uma reunião de cúpula amanhã e sábado em Luxemburgo voltará a tratar do assunto.

A criança, segundo as autoridades turcas, provavelmente é um dos 12 refugiados sírios que morreram afogados após o naufrágio do bote em que estavam, na Península de Bodrum. O destino do grupo seria a Grécia. Desde o ano passado, já foram 6 mil mortes da tentativa desesperada pela travessia do Mediterrâneo.

O DIA não publica a imagem chocante do corpinho do garoto na praia. Mas reproduz a foto do policial turco com o menino nos braços, que remete simbolicamente a acolhida, gentileza, solidariedade humana. Talvez seja mesmo o que esteja faltando às grandes nações para que cenas como essa nunca mais se repitam.

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