Por bferreira

Rio - A memória vai enfraquecendo, e o raciocínio já não é mais o mesmo. Fatores que para muita gente são características normais do envelhecimento são também os sintomas iniciais de uma das doenças mais comuns entre idosos no mundo todo. Comemorado hoje, o Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença de Alzheimer traz à discussão o tema que ocorre em aproximadamente 60% dos casos de demência entre idosos.

No Brasil%2C 1%2C2 milhão de idosos já sofrem com a doença%2C responsável por 60% dos casos de demênciaiStockphoto

Troca de nomes, esquecimento de fatos e objetos guardados em lugares inusitados alertaram Verônica Machado, de 56 anos. “Quando minha tia começou a manifestar o sintoma, achamos que era algo normal da idade, e demoramos mais de um ano para perceber a doença. Quando o diagnóstico veio, não sabíamos muito o que fazer, era tudo novo”, lembra. Ela ajudou a cuidar da tia, que tinha Alzheimer e faleceu há oito anos. “Foi um processo muito triste para toda a família”, concluiu.

O Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro que leva à perda progressiva de memória, especialmente a recente. O brasileiro com Alzheimer leva mais de três anos para obter o diagnóstico, já que seus sintomas são associados ao processo natural de envelhecimento. Estima-se que cerca de 35,6 milhões de idosos sofrem com o mal em todo o mundo, 1,2 milhão apenas no Brasil. O estilo de vida é determinante para a doença: entre os fatores de risco, estão obesidade, diabetes, hipertensão, sedentarismo e tabagismo.

Estudos revelam ainda que a manutenção das atividades intelectuais e sociais, assim como o nível de escolaridade, reduzem os riscos de ter a doença. “As atividades físicas aeróbicas, a cafeína, a leitura, o pensamento positivo e uma boa noite de sono são pequenas atitudes que podem contribuir para prevenir a doença”, afirma Leonardo Souza, médico formado pela UFF e pós-graduado em Ciências da Fisiologia Humana.

Estudo recupera células que morrem

Após décadas de pesquisas, um estudo feito pela Universidade da Califórnia (EUA) tem se mostrado inovador. Através da terapia genética, pacientes com Alzheimer em fase inicial tiveram injetada em uma parte de seu cérebro uma substância chamada fator de crescimento neuronal (NGF). Os exames, realizados após a morte dos participantes, mostraram que a terapia não só conseguiu recuperar as células que estavam morrendo, como também aumentou seu crescimento, induzindo-as a ‘fabricar’ fibras. O estudo está ainda em fase de teste em pacientes.

Você pode gostar