Rio - Queridinho de cariocas e turistas que passam pela cidade, o sol é cultuado por quem busca uma pele bronzeada, com a cara do Rio. Mas nestes tempos que antecedem o verão, com o aquecimento global e a incidência cada vez maior de raios solares, especialistas já alertam para a exposição em horários ainda mais restritos, e não mais até as 10h e após as 16h, como tradicionalmente recomendado. Por causa das altas temperaturas, que potencializam os efeitos do sol na pele, alguns dermatologistas já falam em liberar o banho de sol para crianças e idosos, que têm a pele mais sensível, apenas após as 17h ou 18h em dias mais quentes neste horário de verão.
Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Rio acende ainda mais o alerta: 64% dos cariocas não utilizam nenhum tipo de proteção solar. A dona de casa Karen Neves, de 52 anos, é um exemplo dessa realidade: “Eu adoro pegar sol mas, na correria do dia a dia, acabo esquecendo de passar o protetor. E, se eu fico vermelha, logo surgem feridas. Quando passo o protetor, isso não acontece”, conta.
De acordo com Emerson Lima, coordenador da Campanha Nacional de Combate ao Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é preciso saber se prevenir bem contra os raios Ultravioleta A e B. Ele explica que o raio ultravioleta A vem através daquela luz constante, mesmo quando a pessoa está dentro de um ambiente fechado, climatizado.
“Isso porque o ultravioleta passa pelos vidros, janelas, portas. Por isso, aquele sol que muitas das vezes consideramos inofensivo, devemos sim nos proteger contra ele”, explica. Já o raio ultravioleta B é aquele exposto ou seja, a incidência do sol diretamente na pessoa, nas praias por exemplo. “É recomendável que o protetor solar não tenha apenas um FPS alto para ser um bom filtro”, destaca.
A regra da colher de chá
A dermatologista Daniela Lemes, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, alerta que, além de protetores de barreira, como óculos de sol, boné e roupas com mangas, é necessário estar atento à quantidade ideal de filtro solar a ser usada em cada área do corpo. É o que chama de ‘Regra da Colher de Chá’. Ou seja, uma colher de chá para rosto, cabeça, pescoço e para cada braço e duas colheres de chá para cada perna e o tronco (frente e costas).
Isso, porém, não é suficiente. É importante também que o filtro solar tenha um amplo espectro e proteja tanto dos raios UVB quanto dos raios UVA. “Eu indico usar de 50 FPS para cima e diariamente”, recomenda Emerson Lima. Mas o filtro não pode ser um “passaporte” para a exposição. “Não é porque você passou um bom filtro que pode ficar exposto durante horas. O cuidado deve ser permanente, principalmente, se a pessoa tiver uma pele mais clara”, diz Mônica Azulay, coordenadora do departamento de Cosmiatria da Sociedade de Dermatologia do Rio de Janeiro.