Por bferreira

Rio - Outubro Rosa, mês de conscientização das mulheres para a necessidade da prevenção do câncer de mama, acabou com um balanço positivo, segundo a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). “De janeiro a junho, as unidades do SUS fizeram 1,8 milhão de mamografias. São 31% a mais do que no mesmo período de 2010. Além disso, o Senado aprovou o projeto que garante exames mamográficos a mulheres com elevado risco de desenvolvimento de câncer, independentemente da idade”, destacou em discurso no Congresso Nacional.

A conscientização da cirurgia reconstrutora aumentou após a dupla mastectomia feita por Angelina JolieReprodução

O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, mas também pode afetar mais raramente os homens, que aderiram ao Outubro Rosa em apoio às mulheres. Por ano, surgem cerca de 57 mil novos casos no Brasil, sendo 15% só no Rio de Janeiro. Em média, quase 15 mil brasileiras morrem por ano da doença.

Diagnosticado precocemente, a chance de cura é de aproximadamente 90%, porém, muitas vezes, durante o tratamento, os médicos têm que retirar o seio, o que gera sofrimento nas pacientes.

Essa dor é amenizada pela reconstrução da mama, oferecida, desde 2013, gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às vítimas da mastectomia, quando há condições clínicas para o implante. A reconstrução ajuda as mulheres a recuperarem a vaidade e a autoestima também mutiladas pela doença. “Há dez anos eu tive um câncer de mama e a mutilação me deixou em depressão, me sentia incompleta e feia. Só depois da reconstrução, voltei a me sentir bem, a me olhar com orgulho e me achar bonita de novo”, declarou a dona de casa Maria Aparecida, de 55 anos.

A cirurgiã plástica Bruna Salvarezza esclarece que não ocorre uma reconstrução, e, sim, uma imitação da mama. “Não é possível reconstruir efetivamente uma mama. O que fazemos é uma “imitação” da mama original, semelhante na aparência e no formato. As mulheres que se submetem ao procedimento levam uma vida relativamente normal, sem restrições ao uso de roupas, biquínis ou relações sexuais”, diz Bruna.

A médica explica que o processo de reconstrução pode retardar o início do tratamento complementar e é importante que a paciente esteja ciente disso antes de tomar a decisão. “Isso pode acontecer nos casos de reconstrução imediata (a mama é ressecada e reconstruída na mesma cirurgia), por se tratar de procedimento mais longo, complexo e mais suscetível a complicações pós-operatórias”, avalia.

Um estudo da Universidade de Medicina de Graz, na Áustria, aponta que há mais consciência sobre as opções de cirurgia reconstrutora após decisão da atriz Angelina Jolie de se submeter a uma mastectomia dupla e posterior reconstrução, em 2013. A medida foi preventiva, já que a atriz descobriu ser portadora da mutação do gene BRCA1, que aumenta o risco de câncer de mama.

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