Cerco em Paris deixa suspeitos de terrorismo mortos
Mulher morreu após detonar bomba. Polícia cercou apartamento em busca do mentor de atentados
Por bianca.lobianco
Paris - A polícia francesa matou dois suspeitos de terrorismo no subúrbio de Saint Denis, em Paris, na manhã desta quarta-feira, segundo fontes oficiais. Tiros e explosões foram ouvidos em um cerco a um apartamento onde estaria escondido o militante islâmico belga Abdelhamid Abaaoud, que supostamente arquitetou os ataques da última sexta-feira na capital francesa. Segundo a "CNN", ainda não se sabe se Abdeslam estava entre os homens.
A operação no norte da cidade, próxima ao Stade de France, foi finalizada por volta das 8h58 (horário de Brasília), segundo o porta-voz do governo Stephane Le Foll. Segundo a "CNN", dois suspeitos conseguiram fugir.
Uma mulher morreu após detonar uma bomba no local, informou o escritório da procuradoria francesa. Sete pessoas foram detidas, incluindo três homens que foram retirados do apartamento cercado.
Segundo a polícia, os suspeitos se preparavam para cometer outro atentado e os agentes chegaram ao local "na hora" para contê-los. Eles planejavam realizar um ataque ao distrito financeiro parisiense de La Defense, disse nesta quarta-feira uma fonte próxima às investigações. Cinco policiais ficaram feridos e um cão da polícia morreu durante a perseguição.
A população do distrito foi ordenada a ficar em casa e escolas e lojas foram fechadas. Moradores falaram sobre medo e pânico quando os tiros começaram pouco antes das 4h30 da manhã (horário local).
"Vimos balas voando e miras a laser pela janela. Houve explosões. Você podia sentir o prédio inteiro tremer", disse Sabrine, moradora de um apartamento em um andar abaixo de onde pelo menos um suposto atirador estava escondido. Ela disse à rádio Europe 1 que ouviu as pessoas no apartamento conversando, correndo e carregando armas.
Voos dos EUA para Paris são desviados
Em mais uma ameaça de terrorismo, dois voos da Air France que saíram dos Estados Unidos com destino à capital francesa foram desviados. Os passageiros foram retirados dos aviões com segurança. Um dos voos saiu de Los Angeles e aterrissou em Salt Lake City. O segundo, saiu de Washington e aterrissou em Nova Scotia, no Canadá.
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13 de novembro sangrento
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Os ataques coordenados a tiros e bombas mataram 129 pessoas, na pior atrocidade na França desde a Segunda Guerra Mundial. Investigadores relacionaram os ataques a uma célula militante na Bélgica, que possuía contato com o Estado Islâmico na Síria.
O grupo reivindicou responsabilidade pelas mortes, dizendo que foi uma retaliação pelas operações aéreas francesas na Síria e Iraque ao longo do último ano.
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A França pediu por uma aliança global para derrotar os radicais e realizou três grandes ataques aéreos em Raqqa, capital de facto do Estado Islâmico na Síria.