“É um alerta para que a população negra desenvolva mais cuidados com a saúde e conheça as principais causas e tratamentos das doenças”, diz Elizabeth Muxfeldt, especialista em clínica médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ. Aneurisma da aorta, câncer de próstata, diabetes, glaucoma e miomas, que são consideradas doenças hereditárias, também estão na lista de doenças mais afetas a este público.
Uma provável mutação genética que aconteceu na África há milhões de anos seria a causa da anemia falciforme, que não tem cura e é transmitida de mãe para filho por meio do gene. Um exame específico de detecção de anemias pode identifar a doença. O tratamento inclui vacinação, alimentação saudável, hidratação e medicação. A doença atinge quatro em cada 1.000 indivíduos no mundo, podendo chegar a 40% da população negra em países da África. Nos Estados Unidos e em Cuba, a média de vida das pessoas que sofrem desse mal é de 56 anos.
No Brasil, a doença atinge 6% da população, ou pouco mais de 11 milhões de pessoas, e a média de vida oscila entre 18 e 21 anos, mas é alta a taxa de mortalidade de crianças falcêmicas menores de 5 anos. O índice sobe para 10% — 8 milhões de pessoas — incluindo-se também os pardos.