Por thiago.antunes
Paris - A presidenta Dilma chegou neste sábado em Paris para participar da 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 21. No encontro, 159 chefes de Estado tentarão chegar a um acordo para conter o aumento da temperatura média da Terra em 2 graus Celsius até 2100, em relação aos níveis pré-Revolução Industrial. A meta de 2 ºC, acordada na COP de Copenhague, em 2009, é considerada razoável para evitar catástrofes climáticas.
Para o secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, se o aumento da temperatura não ficar no limite de 2ºC, as consequências serão muito severas. “Com menos de 1ºC de aquecimento já temos, toda semana, uma má notícia em algum lugar do mundo, inclusive no Brasil, de acidentes ligados a clima, como tempestades e secas fortes, tornados, deslizamentos de terra. Isso vem acontecendo com frequência e intensidade maior nos últimos anos e tende a se agravar, mesmo dentro do limite dos 2ºC”, disse.
Presidenta Dilma apresenta amanhã na COP 21 relatório sobre a redução do desmatamento no Brasil Roberto Stuckert Filho / Presidência da República

Estudo do Instituto Meteorológico britânico (Met Office) apontou que as temperaturas médias globais na superfície terrestre em 2015 vão superar, pela primeira vez, em 1°C os níveis verificados na era pré-industrial.

A presidenta Dilma discursará amanhã e apresentará as medidas adotadas pelo Brasil para reduzir o desmatamento e a emissão de gases do efeito estufa. Entre as metas estipuladas pelo governo para o meio ambiente, estão reflorestar de 120 mil km² e zerar o desmatamento ilegal até 2030.

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A Conferência do Clima ocorre cerca de três semanas após o rompimento de da barragem de Mariana (MG), o que pode gerar conbranças da comunidade internacional, segundo fontes do governo.  Perguntada sobre se o governo se preparou para dar explicações sobre medidas adotadas pelo governo para evitar a tragédia e punir os responsáveis, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ressaltou que a COP trata de mudanças climáticas e não desastres naturais.
Atentados
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A conferência ocorre 18 dias após os atentados terroristas de 13 de novembro em Paris. Será o primeiro evento internacional na cidade após a barbárie, mas as autoridades franceses garantem que o esquema de segurança para os líderes internacionais e os 40 mil convidados será eficiente.
“Paris será a capital do mundo nesta cúpula fundamental para a humanidade”, declarou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, para quem adiá-la “seria de certa forma ceder diante da violência” e do terror.