Por felipe.martins

Rio - A polícia turca acredita que o Estado Islâmico está por trás de novo atentado em Istambul. Desta vez, no Aeroporto Internacional Ataturk, o principal do país e o terceiro mais movimentado da Europa. Três homens-bomba abriram fogo antes de se explodirem na entrada do desembarque, matando 38 pessoas e ferindo pelo menos uma centena. 

Em torno das 22h (hora local, seis a mais que em Brasília), a polícia identificou dois suspeitos junto à planta do aeroporto por onde se chega à zona de desembarque internacional. Pretendiam tentar passar pelo controle de segurança que dá acesso ao edifício e, segundo explicou ao ‘El País’ uma fonte do Ministério do Interior, um deles abriu fogo com um Kalashnikov, ao que os agentes responderam com disparos para “tentar neutralizá-los”. Então, um dos suspeitos ativou a carga explosiva que portava. “Escutou-se um tiroteio durante um minuto, e depois vimos algo como uma bola de fogo”, explicou uma das testemunhas do atentado à CNN-Türk.

Reprodução de vídeo mostra focos de incêndio logo após as detonações na área comum do Aeroporto Ataturk. Polícia crê em três suicidasReprodução Vídeo

A mecânica do ataque foi muito semelhante à ação terrorista de Bruxelas, no Aeroporto de Zaventem, em março: ambos foram perpetrados por dois ou três terroristas na área comum, onde a checagem de segurança é praticamente inexistente.

“Houve uma explosão extremamente alta. O teto caiu. Dentro do aeroporto estava terrível, não se podia reconhecê-lo, o dano é grande”, declarou Ali Tekin, que estava no desembarque à espera de uma pessoa quando o ataque ocorreu. Autoridades suspenderam decolagens, e passageiros foram transferidos para hotéis.
Segundo o Itamaraty, não há registro de brasileiros entre as vítimas. “O governo brasileiro manifesta sua firme condenação aos atentados que provocaram dezenas de vítimas”, disse o Ministério das Relações Exteriores.

Meninas do vôlei, na Turquia para o Gran Prix, lamentam ataque

A seleção feminina de vôlei desembarcara terça-feira no mesmo aeroporto, vindo de Ancara, onde houve rodada do Gran Prix. “Galera, é muito triste ver mais um atentado numa cidade tão bonita como Istambul. Nós, da Seleção, estamos todos bem. Estamos rezando pelas vítimas e torcendo para que nada de ruim aconteça mais”, escreveu Sheilla. As meninas ficam em Istambul até o início de julho, quando seguem para a Tailândia.

Peritos examinam vítimas das explosões no desembarque%3A feridos já passam de 120. Voos foram suspensos no terminal%2C o terceiro mais movimentado de toda a EuropaReprodução

Este é o mais recente ato de série de ações armadas que provocaram mais de 250 mortos no último ano, causadas ora pelos jihadistas do Estado Islâmico, ora por nacionalistas curdos. Em março, um carro-bomba detonado a distância destruiu ônibus da polícia no Centro de Istambul durante a hora do rush da manhã, matando 11 pessoas e ferindo outras 36 perto da principal área turística. Dois meses antes, um atentado matou dez pessoas, a maioria de alemães, perto da Basílica de Santa Sofia e da Mesquita Azul — dois dos principais cartões-postais da cidade.

A Turquia, que faz parte da coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico, também está lutando contra militantes curdos no sudeste.

Com EFE, Reuters e El País

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