Por bferreira

Rio - A população de São Gonçalo espera ansiosa pelo próximo capítulo da novela que envolve a ligação aquaviária da cidade com a vizinha Niterói e com a Praça XV, no Rio de Janeiro. As últimas cenas desta trama aconteceram em audiência pública no início de agosto, quando o representante da Secretaria Estadual de Transporte Alexandre Veloso garantiu que a licitação para operação das barcas sairá ainda em 2014. De acordo com ele, o governo estadual espera finalizar em setembro o Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) que vai nortear os custos e as características das obras e das embarcações. A previsão é de que em março de 2015 o serviço já esteja funcionando.

A atual concessão para o serviço de barcas na Baía de Guanabara é da CCR Barcas%2C mas o governo prometeu fazer outra licitação para a nova linhaCarlos Moraes / Agência O Dia

O vereador Armando Marins (PL) está na liderança do movimento que reivindica a estação aquaviária de São Gonçalo, promessa antiga do governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. O temor dele é que, novamente, o projeto fique apenas no discurso. “Estão falando em abrir licitação, mas a estação já até deveria estar pronta. Isso já vem de muito tempo. Vamos aguardar uma posição concreta até setembro. Depois disso, se nada acontecer, vamos ao Ministério Público”.

E parece que a preocupação do vereador faz sentido. Questionada sobre os prazos apresentados na audiência pública, a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Transporte negou a previsão das datas, o que chamou de “apenas um chute”. Porém, considerou que a estação de São Gonçalo também é um projeto prioritário para a mobilidade urbana de Itaboraí e de Niterói.

“Hoje, 40 mil pessoas saem de São Gonçalo todos os dias para pegar a barca para o Rio, em Niterói. Com a chegada do metrô e a inauguração do Complexo Petroquímico, em Itaboraí, a demanda de passageiros de São Gonçalo para o Rio pode passar de 300 mil”, prevê Marins.

Estado terá 12 novas linhas de transporte aquaviário

O Plano Diretor de Transportes Urbanos do Rio de Janeiro estará pronto no mês de setembro. Nele estarão previstas 12 novas linhas aquaviárias, sendo duas delas em São Gonçalo. A informação é da Secretaria Estadual de Transporte. Estudos de viabilidade técnica estão sendo feitos e os custos calculados.

O consultor na área de Engenharia de Transportes e professor da PUC-Rio, Fernando Mac Dowell, fez uma detalhada pesquisa sobre a iniciativa em São Gonçalo, avaliando diversos tipos de embarcação. “O problema por lá é que teriam que fazer dragagem. E este serviço depende de manutenção, além de ser muito caro”, disse, lembrando que o estudo disponível é antigo e, de fato, precisa ser refeito.

Para evitar a dragagem e ganhar agilidade, Mac Dowell indica barcos menores. “Tem um muito usado em Londres, que pode andar tanto em mar como em terra, atingindo uma velocidade de 60 km/h. A capacidade é de até 300 passageiros.”


Plano de São Paulo aposta na limitação das novas garagens

Enquanto o Estado do Rio está finalizando o Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), apresentou a minuta de seu Plano Diretor Estratégico (PDE), na semana passada, prevendo limitar o uso de carro na cidade, especialmente, nas proximidades dos grandes corredores.


Uma importante mudança de conceito na legislação atual determinará um limite do número de vagas de garagens por empreendimento. Na ocasião, o secretário de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, Fernando de Mello Franco, explicou que a ideia é regular pelo limite máximo e, se o mercado imobiliário quiser, poderá oferecer produtos sem vagas de garagem.

O projeto prevê ainda orientar o desenvolvimento urbano em algumas regiões específicas, incentivando que os trabalhadores morem próximo ao local de trabalho. Nesse sentido, a prioridade é para construções nos arredores dos corredores da Jacu-Pêssego, na Zona Leste de São Paulo, e da avenida Cupecê, na Zona Sul.


Mello Franco afirmou que os trabalhos de revisão do PDE original, lançado em 2002, levou em conta uma ampla análise dos últimos dez anos e contou com a participação popular, graças às reuniões realizadas no primeiro semestre nas 31 subprefeituras paulistanas. Segundo ele, a estruturação metropolitana foi pensada envolvendo temas relacionados à mobilidade urbana, moradia e emprego.


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