Por thiago.antunes

Rio - Quem passa por Botafogo verá mudanças no trânsito e no sistema de ônibus a partir deste sábado. Entrará em funcionamento o primeiro corredor exclusivo de coletivos, o BRS (sigla em inglês para Bus Rapid System) do bairro, na Voluntários da Pátria e na Enseada de Botafogo. Além disso, também serão extintas algumas linhas que cortam a região e outras terão os trajetos modificados.

As pistas exclusivas começam no fim da Rua Humaitá e seguem pela Voluntários e Praia de Botafogo, no sentido Centro, até a Avenida Oswaldo Cruz. A partir do dia 24, deve começar o BRS no sentido inverso da Praia de Botafogo e na Rua São Clemente. A expectativa da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) é de reduzir o tempo de viagem em 20%, que foi a média já obtida nos outros 14 corredores implementados no Rio. O trecho a ser inaugurado neste sábado tem extensão de 3,5 quilômetros, segundo a SMTR. Com isso, já são 47 km de corredores BRS na cidade.

As faixas das pistas exclusivas de ônibus já estão pintadas na Vol. da Pátria e na Praia de Botafogo. Folhetos estão sendo distribuídos para alertar sobre alteraçõesJoão Laet / Agência O Dia

De acordo com a secretaria, o sistema reordenará 38 linhas que passam pela Rua Voluntários da Pátria e 33 que circulam pela Praia de Botafogo. Cinco linhas serão extintas a partir de sábado: 158 (Central — Gávea), 176 (São Conrado — Central), 186 (São Conrado — Central), 524 (Botafogo — Barra) e 536 ( Vidigal — Leme). Quatro outras terão trajetos alterados: 131 (Vidigal — Praça 15), 143 (Gávea — Central), 172 (Central — São Conrado), e 548 (Alvorada — Metrô de Botafogo).

Ontem, nos pontos de Botafogo, panfletos eram distribuídos alertando sobre a mudança. “Sou favorável porque acho que o BRS pode ajudar a reduzir o fluxo de carros na Voluntários, que é muito grande”, disse a universitária Amanda Lima, de 28 anos, que vai diariamente de ônibus de Botafogo à Avenida Rio Branco. 

O professor de Engenharia de Transportes da Uerj Alexandre Rojas lembra que o BRS privilegia o transporte público, mas prejudica o individual. “O BRS vai diminuir o tempo de deslocamento para os passageiros de ônibus, mas vai atrapalhar, e muito, os carros porque a Voluntários já é engarrafada o dia inteiro e talvez isso não mude.”

Clique na imagem acima para ver o infográfico completoArte%3A O Dia

Extinção da linha 536 gera protestos

Em meio às mudanças nas linhas, uma, em especial, gerou mais reclamações: a 536 (Vidigal-Leme). Junto com a 538 (Rocinha Leme), a 536 é a única opção para quem vem do Jardim Botânico, Humaitá e Botafogo para o início de Copacabana e Leme. O presidente da Associação de Moradores e Amigos do Leme (AmaLeme), Francisco Nunes, disse que planeja um protesto, em breve, na Avenida Princesa Isabel.

A universitária Amanda Lima (de vermelho) observa o folheto informativo sobre as mudanças no localPaulo Maurício Costa / Agência O Dia

“Somente a 538 não será suficiente para atender aos moradores do Leme. Botafogo e Humaitá são deslocamentos importantes por causa de hospitais e colégios, como o Pedro II. Absurdo!”, reclamou. A SMTR, no entanto, explica que a mudança é apenas uma racionalização e que nenhum bairro ficará desassistido. Segundo o órgão, a frequência dos ônibus da 538 será reforçada e quem vem do Vidigal para o Leme poderá usar a 535 (Alvorada-Leme), cujo itinerário passa por Copacabana.

Niterói recebe 50 ônibus refrigerados

Assim como o município do Rio de Janeiro, Niterói também está aumentando a oferta de ônibus com ar-refrigerado. Segundo o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj), que representa os dois consórcios que operam as linhas da cidade, serão incorporados hoje 50 veículos novos e refrigerados. O investimento é de R$ 17 milhões. Até o fim do ano, a perspectiva é de que sejam entregues mais 50 coletivos.

A meta da prefeitura é de que, até 2016, 80% da frota municipal tenha ar-condicionado. Atualmente, as linhas urbanas de Niterói operam com 767 ônibus e menos de 20% deles são refrigerados. O Rio tem uma frota de 8,8 mil coletivos e a meta de ter 100% deles refrigerados até 2016.

Colaborou Paulo Maurício Costa

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